CONQUISTANDO MONSTROS E A NATUREZA PASSIVA-AGRESSIVA
Quem luta com monstros deve velar porque, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares,
durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de
ti. - Friedrich Nietzsche
Você sabe que pode sentir. Começa quando você acorda ou durante o trabalho ou, ainda, quando está voltando para casa. Não tem cor nem cheiro mas está lá. É uma leve dor de cabeça, um mal-estar, uma presença que incomoda e perturba.
Neste momento, você está colecionando exemplos de atitudes e comportamentos, seu e de outros, que beiram à loucura ou, pelo menos, a impulsos estranhos de irritação, tristeza, desamparo ou decepção. Eles estão criando raízes em você.
E você quase acha isso correto e justifica certos atos de violência e ignorância, assimilando de forma racional, o que antes seria impensável para você. Você está quase se convertendo. Você está quase acreditando de verdade. As raízes estão virando galhos que parecem ficar cada vez mais fortes e permanentes. Quando tudo estiver completo, a necessidade de fugir não existirá mais porque você não vai desejar a fuga. Você vai querer que aconteça.
Este é o Abismo. E você caiu nele.
O GOZO DA LIBERDADE E DA VIOLÊNCIA
Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isso é ser uma pessoa? - Clarice Lispector
Existe um "climão" rolando no mundo. Parece que todo o planeta está em "DR", discutindo suas relações e pontos de vista divergentes. Esqueça as guerras por um momento (elas sempre existiram) e se concentre no cotidiano. Mesmo que a falta de dinheiro, emprego ou amor (ou tudo junto) sejam as fontes da sua preocupação, esqueça disso também.
Foque em você, recebendo estes impulsos do lado de fora e tendo que compreender e assimilar tudo isso. Respire. Você está calmo? Você está nervoso? Como você está?
A resposta pode causar grande insatisfação.
A raiva é um mecanismo de defesa e proteção contra um ambiente que a pessoa considera hostil. Pode surgir de uma ameaça real ou imaginaria. Pode surgir como uma resposta a uma uma invasão pessoal ou perda de algum bem ou propriedade de forma injusta. A raiva é uma indignação, um rancor, uma traição. A raiva é um monstro horrendo, irracional e faminto.
Nas Redes Sociais, a raiva ganha o nome de Haters. Na vida real, temos o bullying que é praticado em todos os setores da sociedade. Na vida íntima, a raiva se manifesta em silêncios profundos entre casais e familiares, disfarçada de diplomacia e civilidade passiva-agressiva. A raiva parece estar em todo lugar, atualmente. E conquistando mais e mais espaço a cada dia.
Qual é mesmo o nome do atual presidente da nação mais poderosa do mundo neste momento? Raiva.
O que não te contaram é que a raiva (o ponto alto de um sentimento negativo) também gera muito prazer. Um prazer perigoso e culpado mas ainda um prazer. E você gosta dele. E nossa sociedade está viciada nesse prazer raivoso. Ou será que não?
MATE, MATE, MATE!!!
O comportamento passivo-agressivo, em resumo, é um confronto entre a sua vontade e o ambiente externo ou o desejo de outra pessoa. É quando a sua vontade não é soberana e não se realiza. O passivo engole o sapo que o agressivo vai vomitar de volta em algum momento. E o ciclo continua. Como parar isso?
ENFRENTANDO O MONSTRO
Somos todos passivos e agressivos. Essa é uma verdade fundamental que precisa ser entendida como causa e efeito. A passividade causa o efeito da agressividade. E, nem sempre, isso tem a ver com sentimentos conhecidos.
Complexos, criação e vários outros fatores fazem parte da formação de uma personalidade mais agressiva ou passiva. O que assusta mais as pessoas é ver alguém que consideram calmo, estourar. É como descobrir um lago com piranhas.
Pesquisas indicam que pessoas calmas são mais reservadas emocionalmente, mais racionais e frias no confronto dos problemas práticos. Por outro lado, podem ser mais agressivas ao sentirem sua intimidade ameaçada ou moral ofendida. Uma pessoa calma não é, necessariamente mais equilibrada do que aquela que estoura. Apenas sabe "esconder melhor" o que está sentindo.
A raiva nunca foi um sentimento muito bem explicado em sociedade. Existem milhares de livros a respeito que descrevem os fatores históricos, médicos e antropológicos da raiva. Mas poucos falam de um componente essencial para entender a raiva: a Catarse.
Por incrível que pareça, a raiva pode ser saudável. Você pode aprender com ela. A raiva esconde verdades interpessoais desconhecidas e profundas, partes não acessadas da sua personalidade de combate. A questão é como fazer isso sem destruir a si mesmo e os outros no processo. Como faz?
O JOGO DA RAIVA
O sentimento substituto é uma muleta que pode se tornar nossa principal ferramenta de convivência social. Não sentir o que se sente é uma questão que vai do politicamente correto até o mascaramento de complexos, fobias ou inadequação. Já dizia o famoso personagem House, "Todo mundo mente". Só que uma mentira contada mil vezes, pode se tornar verdade. Ao não trabalhar a sua raiva, ela se torna uma verdade ameaçadora, um monstro do pântano à espreita, aguardando o momento certo para o ataque. E, atualmente, estes momentos têm sido cada vez mais frequentes em todo mundo. É ruim, hein?
O Controle da Raiva (Anger Management) que é feito sob o ponto de vista do tratamento psicológico é um caminho interessante para se começar, mesmo que apenas paliativo. Entender a raiva ou a dor, não representam uma solução definitiva. É preciso identificar o sentimento substituto que falseia suas emoções e porque você decidiu usá-lo como escudo. Terapias alternativas como o Reiki e o tradicional Psicodrama buscam organizar essas energias escondidas para que as mesmas se revelem em um ambiente seguro e sem julgamentos. Existem vários tratamentos disponíveis para diferentes tipos de pessoas e personalidades. E sempre vale a pena procurar qual serve melhor para você.
A frase popular "Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come" é um exemplo atual e infeliz do que estamos fazendo com as nossas atitudes mais íntimas. Como resultado, vivemos em um mundo separado por contradições absurdas e culpamos, na maioria das vezes, os fatores externos e as outras pessoas. Talvez, este seja o momento de acrescentar mais uma opção nessa encruzilhada: converse com o bicho.
Afinal de contas, o bicho...é você. Boa sorte e até o próximo artigo.
A raiva é um mecanismo de defesa e proteção contra um ambiente que a pessoa considera hostil. Pode surgir de uma ameaça real ou imaginaria. Pode surgir como uma resposta a uma uma invasão pessoal ou perda de algum bem ou propriedade de forma injusta. A raiva é uma indignação, um rancor, uma traição. A raiva é um monstro horrendo, irracional e faminto.
Nas Redes Sociais, a raiva ganha o nome de Haters. Na vida real, temos o bullying que é praticado em todos os setores da sociedade. Na vida íntima, a raiva se manifesta em silêncios profundos entre casais e familiares, disfarçada de diplomacia e civilidade passiva-agressiva. A raiva parece estar em todo lugar, atualmente. E conquistando mais e mais espaço a cada dia.
Qual é mesmo o nome do atual presidente da nação mais poderosa do mundo neste momento? Raiva.
O que não te contaram é que a raiva (o ponto alto de um sentimento negativo) também gera muito prazer. Um prazer perigoso e culpado mas ainda um prazer. E você gosta dele. E nossa sociedade está viciada nesse prazer raivoso. Ou será que não?
MATE, MATE, MATE!!!
O medo é o caminho para o lado negro. O medo leva a raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento. - Yoda
A raiva possui um componente de grande liberdade. Gostamos da raiva porque ela nos permite sermos nós mesmos, livres sob um ponto de vista. Regras sociais de comportamento e sublimação, por exemplo, desaparecem nos momentos de raiva. Podemos falar, bater e até matar com total prazer, sem contenção. Claro que isso não é verdade mas queremos que seja. Queremos "gozar" nossa raiva. A raiva é um prazer proibido. E você gosta dele, confesse.
O manifestante que joga uma lata de lixo na porta de vidro de um banco, o motorista que xinga no transito, o sexo agressivo e bate-estaca dos adolescentes pela autoafirmação, o chefe-ditador que abusa de sua autoridade e poder. Tudo é raiva.
E, ao contrário do que muitos pensam, jogos e filmes violentos não amplificam a raiva, ajudam a controlar seus impulsos. Acredite, poderia ser bem pior.
ENFRENTANDO O MONSTRO
Somos todos passivos e agressivos. Essa é uma verdade fundamental que precisa ser entendida como causa e efeito. A passividade causa o efeito da agressividade. E, nem sempre, isso tem a ver com sentimentos conhecidos.
Complexos, criação e vários outros fatores fazem parte da formação de uma personalidade mais agressiva ou passiva. O que assusta mais as pessoas é ver alguém que consideram calmo, estourar. É como descobrir um lago com piranhas.
Pesquisas indicam que pessoas calmas são mais reservadas emocionalmente, mais racionais e frias no confronto dos problemas práticos. Por outro lado, podem ser mais agressivas ao sentirem sua intimidade ameaçada ou moral ofendida. Uma pessoa calma não é, necessariamente mais equilibrada do que aquela que estoura. Apenas sabe "esconder melhor" o que está sentindo.
A raiva nunca foi um sentimento muito bem explicado em sociedade. Existem milhares de livros a respeito que descrevem os fatores históricos, médicos e antropológicos da raiva. Mas poucos falam de um componente essencial para entender a raiva: a Catarse.
Catarse (do grego, kátharsis, "purificação", derivado de καϑαίρω, "purificar"), "evacuação" ou "purgação". Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma. Ou seja, é preciso que o herói trágico passe da "felicidade" para a "infelicidade" para que o espectador possa atingir a catarse. Sob a óptica da psicanálise, catarse é o experimentar da liberdade em relação a alguma situação opressora, tanto as psicológicas quanto as cotidianas, através de uma resolução que se apresente de forma eficaz o suficiente para que tal ocorra. (Wikipédia)
Por incrível que pareça, a raiva pode ser saudável. Você pode aprender com ela. A raiva esconde verdades interpessoais desconhecidas e profundas, partes não acessadas da sua personalidade de combate. A questão é como fazer isso sem destruir a si mesmo e os outros no processo. Como faz?
O JOGO DA RAIVA
Gandhi nos fornece a melhor dica para cuidar da nossa raiva, mesmo que não seja a mais simples: transforme sua raiva em energia construtiva. Identificar o real motivo da nossa agressividade pode ser revelador para diminuir os impulsos automáticos de ataque e defesa. O ser humano não gosta de ser destrutivo, biologicamente falando, não nascemos para isso e não deveria ser este o caminho. Como prazer e raiva (assim como a dor) possuem uma relação estranha e complexa, nos acostumamos a compensar perdas e sofrimento com outras atitudes substitutas.Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo. - Mahatma Gandhi
O sentimento substituto é uma muleta que pode se tornar nossa principal ferramenta de convivência social. Não sentir o que se sente é uma questão que vai do politicamente correto até o mascaramento de complexos, fobias ou inadequação. Já dizia o famoso personagem House, "Todo mundo mente". Só que uma mentira contada mil vezes, pode se tornar verdade. Ao não trabalhar a sua raiva, ela se torna uma verdade ameaçadora, um monstro do pântano à espreita, aguardando o momento certo para o ataque. E, atualmente, estes momentos têm sido cada vez mais frequentes em todo mundo. É ruim, hein?
O Controle da Raiva (Anger Management) que é feito sob o ponto de vista do tratamento psicológico é um caminho interessante para se começar, mesmo que apenas paliativo. Entender a raiva ou a dor, não representam uma solução definitiva. É preciso identificar o sentimento substituto que falseia suas emoções e porque você decidiu usá-lo como escudo. Terapias alternativas como o Reiki e o tradicional Psicodrama buscam organizar essas energias escondidas para que as mesmas se revelem em um ambiente seguro e sem julgamentos. Existem vários tratamentos disponíveis para diferentes tipos de pessoas e personalidades. E sempre vale a pena procurar qual serve melhor para você.
A frase popular "Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come" é um exemplo atual e infeliz do que estamos fazendo com as nossas atitudes mais íntimas. Como resultado, vivemos em um mundo separado por contradições absurdas e culpamos, na maioria das vezes, os fatores externos e as outras pessoas. Talvez, este seja o momento de acrescentar mais uma opção nessa encruzilhada: converse com o bicho.
Afinal de contas, o bicho...é você. Boa sorte e até o próximo artigo.
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2 comentários:
Gostei muito do tema e acho complexo e perigoso, na medida que envolve comportamento que não percebemos e faz parte das mazelas do tempo em que vivemos, de isolamento, de superficialidade, onde tudo é muito rápido e não tem lugar para reflexões e aprofundamentos, atenção, paciência, afeto e compreensão dos nossos atos com relação a pessoas e ao mundo interior. Muito bom e muito útil, que nos leva a dar o primeiro passar, refletir e encarar.
Agradeço muito seu comentário, Antônio. A proposta do AGE é exatamente essa: gerar a reflexão. Melhoramos as nossas perguntas para melhorar a qualidade das respostas que desejamos, primeiro para nós e, em seguida para o Mundo. Convido a navegar pelo blog e conhecer novos artigos. Agradecido pelo seu tempo. Sorte, saúde e prosperidade. Grande abraço :)
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