THE WALKING DEAD E A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS EM SÉRIES

quinta-feira, outubro 15, 2015 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


Para um autor, uma história dificilmente será o que você está pensando. Existem tantas camadas sobrepostas, caminhos argumentativos para seguir (ou não), destinos a preencher, motivações a fazer crescer e tantas outras nuances relativas à história que a maioria da audiência nem percebe. É claro que isso depende do formato da mídia (livro, filme, série) e das necessidades de atender um público que incorpora a vida desses personagens como se fosse sua.  

Parte do sucesso do autor, é descobrir que sua obra não lhe pertence mais, tornou-se parte da cultura de massa para sempre e todo mundo acredita que pode dar um pitaco em cima.

Poucas séries conseguem ser tão boas e existem tantas séries por aí para chamar de sua que nem sempre não dá para acompanhar todas. Neste artigo, vamos falar de três séries legais para você acompanhar, mesmo que já tenham terminado. Legais porque contam histórias que vão além do lugar comum e abrem caminho para literatura e pontos de vista mais criativos: The Walking Dead, Rectify e Homeland.


The Walking Dead dispensa apresentações para maioria. Adaptada dos quadrinhos de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard, conta a história de Rick Grimes, um vice-xerife que acorda de um coma e descobre-se em um mundo pós-apocalíptico dominado por zumbis (resumo wikipédia).

Rectify conta a trajetória de Daniel Holden, um homem condenado à morte pelo estupro e assassinato de uma adolescente. Passadas duas décadas no corredor da morte, ele é liberado graças às novas evidências de DNA. Por ter passado muito tempo no isolamento, Daniel sente dificuldades de se readaptar à sociedade e à sua família (resumo do site Nova Temporada).

Homeland é uma série americana que foi baseada em uma outra na série israelense chamada Hatufim. Carrie Mathison é uma oficial de operações da CIA transferida para o Centro Contraterrorista que precisa lidar com as questões de segurança nacional e sua própria doença (sem spoilers sobre qual doença). 


Tive certa dificuldade de explicar para algumas pessoas que The Walking Dead não é sobre zumbis, Rectify não é sobre assassinato e Homeland não é sobre terrorismo. Histórias são sobre pessoas, não sobre eventos. O mesmo serve para A Revolução dos Bichos (George Orwell, 1945), A Ilha do Dr. Moreau (H. G. Wells, 1896) ou O planeta dos Macacos (romance francês de 1963, da autoria de Pierre Boulle que pouca gente conhece, além dos filmes).

Toda e qualquer trama serve apenas para expor as relações entre os personagens, seus pontos de vista, seus conflitos e suas emoções ou seja, contar a história. Parte do preconceito e da limitação de assistir ou ler certos livros, filmes e séries reside na falsa interpretação do gênero. Mas como você é mais esperto, não vai deixar isso acontecer com você, certo? :)


Em The Walking Dead, os zumbis pouco importam depois de certo ponto dramático. As escolhas pessoais de Daniel Holden em Rectify tornam-se mais relevantes do que saber se ele matou ou não a menina. Homeland fala sobre a tensão religiosa no mundo, na vida das pessoas, preconceito e fanatismo religioso. Mais ainda, fala sobre a segregação que sofremos por nossas escolhas em um mundo vigiado. Repare, boas séries contam histórias sobre você.

Ao lançar um olhar mais atento, você pode passar de um simples espectador que busca entretenimento durante 40 minutos, para um verdadeiro observador da natureza humana. Pode aprender sobre filosofia, história, a cultura de outras raças e muito mais. Lembrando que o mesmo acontece ao ler um bom livro.


Zombies, assassinatos, bombas explodindo, conspirações são manifestações simbólicas (mesmo quando duramente literais) para diversas emoções, o le motive, por assim dizer, de acontecimentos que podem estar ocultos nas nossas atitudes mais inconscientes, assim como apresentadas nos personagens das séries.

Essa é uma explicação básica para o envolvimento emocional que cria fãs alucinados pelo "futuro" de uma pessoa ficcional. Parte dele é você: a parte mais humana ou desumana da sua evolução, da evolução de todos nós. E que ninguém tire sarro por você estar chorando pela "morte" daquele sujeito na sua série preferida! :)


Abaixo, uma lista legal (e bem pessoal) sobre o que vale a pena assistir. As séries em laranja são bem especiais, muito acima da média. Confira e até a próxima!

American Horror Story (terror)
Banshee (drama/policial)
Black Sails (história/piratas)
Blue Bloods (drama policial)
Chicago P.D (drama policial)
Criminal Minds (suspense, investigação)
Da Vinci´s Demons (história/aventura)
Fringe (ficção/sobrenatural)
Girls (drama/comédia existencial)
Graceland (drama policial)
House of Lies (comportamento/comédia)
Humans (ficção/drama)
In Treatment (drama/terapia) 
Longmire (drama policial)
Mad Men (drama/publicidade)
Master of Sex (história/drama)
Penny Dreadful (terror)
Ray Donovan (drama/família)
Scorpion (tecnologia/geek)
Silicon Valley (tecnologia/comédia)
Suits (drama/advocacia)
The Americans (drama/espionagem)
The Blacklist (suspense/espionagem)
The Leftovers (drama/suspense)
The Newsroom (drama/política)
Unreal (drama/reality show)

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