DIA DOS NAMORADOS E O AMOR QUE VOCÊ NÃO (RE)CONHECE
"O ideal seria ter o cérebro no peito e o coração na cabeça. Dessa forma, pensaríamos com amor e amaríamos com sabedoria." - Mafalda (Quino, cartunista argentino)
Spoiler Alert: este artigo não é nada romântico. Ou pode até ser, mas isso depende de como você ama ou se já amou. Existem vários artigos aqui no AGE que falam de amor, essa "coisa estranha" que acontece de quando em quando para algumas pessoas. Isso porque a humanidade resolveu abraçar a ideia do amor romântico, desenvolvido lá no séc. XVIII, onde a pessoa enxerga o mundo e os outros como um palco para suas fantasias e realizações particulares. Neste sentido, toda busca pelo amor está destinada a fracassar porque o grau de idealização é sempre alto e ilusório. Mais que isso: é narcisista, egoísta e infantil. Será mesmo?
Estar apaixonado, portanto, não é algo direcionado a outro ser humano tal como ele é, mas sim aos próprios ideais, sonhos e fantasias, o que caracteriza a paixão como um fenômeno de natureza egocêntrica. O amor é sempre feito de paixão e razão, já que é uma crença emocional. Entretanto, uma vez que o amor é crença sobre o que tem relevância moral, o problema é definir ‘o que devemos’ amar no objeto amado, ou seja, que propriedades deve ter quem amamos com paixão e com razão. - Sem Fraude Nem Favor: estudos sobre o amor romântico, J. F. Costa
O amor é sempre feito
de paixão e razão, já que é uma crença emocional. Entretanto, uma vez
que o amor é crença sobre o que tem relevância moral, o problema é
definir ‘o que devemos’ amar no objeto amado, ou seja, que propriedades
deve ter quem amamos com paixão e com razão
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
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O amor é sempre feito
de paixão e razão, já que é uma crença emocional. Entretanto, uma vez
que o amor é crença sobre o que tem relevância moral, o problema é
definir ‘o que devemos’ amar no objeto amado, ou seja, que propriedades
deve ter quem amamos com paixão e com razão
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
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O amor é sempre feito
de paixão e razão, já que é uma crença emocional. Entretanto, uma vez
que o amor é crença sobre o que tem relevância moral, o problema é
definir ‘o que devemos’ amar no objeto amado, ou seja, que propriedades
deve ter quem amamos com paixão e com razão
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
O amor é sempre feito
de paixão e razão, já que é uma crença emocional. Entretanto, uma vez
que o amor é crença sobre o que tem relevância moral, o problema é
definir ‘o que devemos’ amar no objeto amado, ou seja, que propriedades
deve ter quem amamos com paixão e com razão
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado © Psicologado.com
Essa
Caramba, essa deve ser uma das mais terríveis definições de amor para quem cresceu assistindo filmes e mais filmes sobre donzelas em perigo sendo salvas por heróis em cavalos brancos. Mesmo com o atual empoderamento feminino e o combate ao machismo bruto das cavernas, o amor romântico continua sendo o modelo social universal para falar de amor e paixão. O amor continua cego, arrebatador e sofrido porque, supostamente, devemos sofrer quando amamos e nos apaixonamos. É aquela crença limitante onde o sofrimento justificaria o que se sente.
E não pense que você vai escapar dessa porque se considera moderninho e vive uma "relação aberta", "amigos com benefícios" ou qualquer outra moda comportamental do momento. Sinto muito mas se você tem um cérebro, então o amor romântico vai dar um jeito de te pegar também, não importando se você é donzela, herói ou descolado.
A figura acima explicou bem legal o que o cérebro entende por amor: recompensa (falei que este artigo não seria nada romântico, não falei?). Recompensa é algo que "acreditamos" merecer pelo que fizemos, pelo nosso esforço e trabalho em função de um objetivo. E se isso acontece em uma relação (leia, sempre), as possibilidades de alguém ficar na posição de devedor e o outro de credor são enormes. Ei, não é sua culpa se o seu cérebro exige ser recompensado por anos de dedicação, respeito, fidelidade e coisa e tal, né?
É claro que precisamos brigar pelo vestido curto demais, a falta de atenção, por mais sexo, tratamento especial, ciúmes (sim tem gente que reclama quando o outro não sente ciúmes), jogos de futebol, não sair, e zilhões de outros motivos que consideramos certos e necessários em um relacionamento "saudável".
Só que isso não é amor, é medo. Da concorrência, da perda, de um monte de coisas que a gente inventa. Xiii...
AMOR NÃO É SEXO
Essa é outra confusão básica que o nosso cérebro cria na hora de sair procurando aquele parceiro ou parceira para, instintivamente, propagar a espécie. Nossa programação biológica, você sabe, deseja a reprodução. Lá na mesma época em que o amor romântico nasceu, um parceiro ideal seria aquele que tivesse alguns bois ou vacas e um lote de terras para oferecer de dote. As mulheres que apresentassem um quadril mais largo, as provedoras perfeitas para gerar vários filhos.
Romântico, né?
O tempo passou, o tipo de "dote" mudou e casar é opcional. Então, tivemos as revoluções sociais com o nascimento do Feminismo, do movimento Hippie com sua Revolução Sexual, etc. Porém, nosso cérebro não perdeu essa programação inicial. Ainda procuramos as mesmas necessidades básicas de nossos antepassados: proteção, cuidado, perpetuação da espécie e segurança (seja ela financeira ou emocional). Ou seja, as opções aumentaram mas a base emocional continua exatamente igual. O amor que você sente é o mesmo sentimento de um cavaleiro do séc. XVIII ou uma feminista no final do séc. XIX. Ah, e o sexo também.
Falando nisso, olha como o sexo "dá aquele empurrãozinho" para que você acredite que a transa da sua vida é a tampa da sua panela (Deus, como isso é brega!):
Aliás, é sempre bom lembrar que ninguém "faz amor" porque amor é um sentimento e não pode ser "reproduzido". A frase veio lá dos anos 60, a famosa, "Faça amor, não faça guerra". O que você faz (ou não) é sexo e ponto. Pessoas que pensam no sexo como algo proibido, sujo ou até pecaminoso, adoram "fazer amor" pra depois brigar pela conta do celular. É um puritanismo desnecessário e até meio infantil. Freud explica...
AMOR ROMÂNTICO X AMOR REAL
AMOR NÃO É SEXO
Essa é outra confusão básica que o nosso cérebro cria na hora de sair procurando aquele parceiro ou parceira para, instintivamente, propagar a espécie. Nossa programação biológica, você sabe, deseja a reprodução. Lá na mesma época em que o amor romântico nasceu, um parceiro ideal seria aquele que tivesse alguns bois ou vacas e um lote de terras para oferecer de dote. As mulheres que apresentassem um quadril mais largo, as provedoras perfeitas para gerar vários filhos.
Romântico, né?
O tempo passou, o tipo de "dote" mudou e casar é opcional. Então, tivemos as revoluções sociais com o nascimento do Feminismo, do movimento Hippie com sua Revolução Sexual, etc. Porém, nosso cérebro não perdeu essa programação inicial. Ainda procuramos as mesmas necessidades básicas de nossos antepassados: proteção, cuidado, perpetuação da espécie e segurança (seja ela financeira ou emocional). Ou seja, as opções aumentaram mas a base emocional continua exatamente igual. O amor que você sente é o mesmo sentimento de um cavaleiro do séc. XVIII ou uma feminista no final do séc. XIX. Ah, e o sexo também.
Falando nisso, olha como o sexo "dá aquele empurrãozinho" para que você acredite que a transa da sua vida é a tampa da sua panela (Deus, como isso é brega!):
Aliás, é sempre bom lembrar que ninguém "faz amor" porque amor é um sentimento e não pode ser "reproduzido". A frase veio lá dos anos 60, a famosa, "Faça amor, não faça guerra". O que você faz (ou não) é sexo e ponto. Pessoas que pensam no sexo como algo proibido, sujo ou até pecaminoso, adoram "fazer amor" pra depois brigar pela conta do celular. É um puritanismo desnecessário e até meio infantil. Freud explica...
Então, será que o nosso destino será sempre o mesmo? Sofrer por amor como os românticos do séc. XVIII? Cair na orgia como os hippies dos anos 60? Sermos enganados nas escolhas que o cérebro faz, de acordo com a nossa biologia e instinto de reprodução que desligam nosso raciocínio e nos viciam em dopamina e opiáceos? Estamos fadados ao narcisismo eterno de nossos coraçõezinhos egóistas e carentes?
Calma lá, não se aflija. Eis que surge o Amor Real para nos salvar. Ou quase.
Apesar de uma explicação maravilhosa da monja Jetsunma Tenzin Palmo sobre o Amor Real (clique pra ouvir), eu tenho minhas dúvidas. Acredito que ainda não estamos preparados para essa "evolução" do sentimento amoroso que seria o Amor Real. Olha só:
Tente imaginar um amor onde não exista ciúmes, possessividade, compromisso eterno, carências e cobranças. Tente imaginar um amor onde nenhum dos envolvidos precise ser diminuído e nem exaltado. Pense em um relacionamento equilibrado, de respeito mútuo e sem prazo de validade, um estado pleno de satisfação pela felicidade do outro em primeiro lugar.
Fácil, hein?
As bases do Amor Real são muito simples: autoestima e desapego. Narciso era aquele rapaz tão belo que se apaixonou por sua própria imagem projetada em uma lagoa e se afogou. Se afogou no desejo impossível de se unir a si mesmo. Da mesma forma, nos afogamos na idealização de que a felicidade está no outro, no sexo ou nas coisas. Em uma sociedade formada na base do "conquiste e ganhe", de modelos agressivos de masculinidade e feminilidade, autoestima e desapego parecem objetivos distantes de alcançar. Distantes mas não impossíveis.
Em um belo exercício de meditação, experimente se colocar em um quarto totalmente branco e sem janelas. Num primeiro momento, você está só. Contemple, por alguns minutos, esta solitude (que é diferente da solidão). Agora, coloque a pessoa que você ama com você nesse quarto. Não existe mais nada ali, somente vocês. Busque os primeiros sentimentos que vierem. Não existe internet, amigos, família, filhos, nada. O que você sente? E como sente? Avance no tempo, até a idade de uns 70 anos para os dois. Repita o processo anterior: O que você sente? Como se sente?
PARA (RE)CONHECER O AMOR
O Amor Real é a conquista de uma relação que troca a codependência pela coexistência independente. É a quebra do espelho de falsa perfeição que o amor romântico e cego projeta diante de nós. Em vez de procurar a nossa "cara-metade", "outra parte da laranja", "alma gêmea" e outros termos pejorativos que foram criados para justificar o sofrimento, procuramos o encontro com as nossas qualidades escondidas e nossos defeitos também. O Amor Real apresenta quem somos, sem idealização. E a primeira batalha a ser vencida, como sempre, é a do medo de ser rejeitado pelo que somos. Temos muito trabalho pela frente!
Este artigo pode não ter sido romântico mas é sobre o Amor. Os links abaixo podem ajudar a entender este conceito de Amor Real que representa uma evolução difícil (mas necessária) em todas as relações humanas. Temos escolhas para sofrer bem menos por amor e a primeira delas é o conhecimento sobre si mesmo e sobre o outro.
Frases como "depois que casamos, ele (a) mudou", "fulano mentiu sobre quem era", "nunca tinha visto esse lado dela" e tantas outras, fazem parte do despertar da ilusão que o amor romântico cria na vida amorosa e, na maioria das vezes, tarde demais. E depois do choque e da decepção (que nós mesmos criamos), quem sabe não exista um espaço para refletir sobre a sua próxima paixão? O amor pode ser cego mas você não precisa ser.
E Feliz Dia dos Namorados!!!
Calma lá, não se aflija. Eis que surge o Amor Real para nos salvar. Ou quase.
Apesar de uma explicação maravilhosa da monja Jetsunma Tenzin Palmo sobre o Amor Real (clique pra ouvir), eu tenho minhas dúvidas. Acredito que ainda não estamos preparados para essa "evolução" do sentimento amoroso que seria o Amor Real. Olha só:
Tente imaginar um amor onde não exista ciúmes, possessividade, compromisso eterno, carências e cobranças. Tente imaginar um amor onde nenhum dos envolvidos precise ser diminuído e nem exaltado. Pense em um relacionamento equilibrado, de respeito mútuo e sem prazo de validade, um estado pleno de satisfação pela felicidade do outro em primeiro lugar.
Fácil, hein?
As bases do Amor Real são muito simples: autoestima e desapego. Narciso era aquele rapaz tão belo que se apaixonou por sua própria imagem projetada em uma lagoa e se afogou. Se afogou no desejo impossível de se unir a si mesmo. Da mesma forma, nos afogamos na idealização de que a felicidade está no outro, no sexo ou nas coisas. Em uma sociedade formada na base do "conquiste e ganhe", de modelos agressivos de masculinidade e feminilidade, autoestima e desapego parecem objetivos distantes de alcançar. Distantes mas não impossíveis.
Em um belo exercício de meditação, experimente se colocar em um quarto totalmente branco e sem janelas. Num primeiro momento, você está só. Contemple, por alguns minutos, esta solitude (que é diferente da solidão). Agora, coloque a pessoa que você ama com você nesse quarto. Não existe mais nada ali, somente vocês. Busque os primeiros sentimentos que vierem. Não existe internet, amigos, família, filhos, nada. O que você sente? E como sente? Avance no tempo, até a idade de uns 70 anos para os dois. Repita o processo anterior: O que você sente? Como se sente?
PARA (RE)CONHECER O AMOR
Este artigo pode não ter sido romântico mas é sobre o Amor. Os links abaixo podem ajudar a entender este conceito de Amor Real que representa uma evolução difícil (mas necessária) em todas as relações humanas. Temos escolhas para sofrer bem menos por amor e a primeira delas é o conhecimento sobre si mesmo e sobre o outro.
Frases como "depois que casamos, ele (a) mudou", "fulano mentiu sobre quem era", "nunca tinha visto esse lado dela" e tantas outras, fazem parte do despertar da ilusão que o amor romântico cria na vida amorosa e, na maioria das vezes, tarde demais. E depois do choque e da decepção (que nós mesmos criamos), quem sabe não exista um espaço para refletir sobre a sua próxima paixão? O amor pode ser cego mas você não precisa ser.
E Feliz Dia dos Namorados!!!
O AGE INDICA:
Amor Romântico: a essência da procura do ser amado
O Mito do Amor Romântico: a visão do psiquiatra M. Scott Peck sobre as buscas “irreais” nas relações
O fantasma do amor romântico nas relações livres
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