Coração de Estudante - Falta um quê de Marilyn Monroe por Mônica Miranda

quarta-feira, fevereiro 16, 2011 Marcos Henrique de Oliveira 2 Comments

Acabei de ler um livro apaixonante sem pudores e receios. É um livro escrachado e sem escrúpulos, assim como sua personagem principal: Marylin Monroe. A diva. A descontrolada e idolatrada pelo mundo todo.

O livro “Marilyn e JK” de François Forestier é uma biografia excelente e ao mesmo tempo excitante. Os altos e baixos da atriz, sua relação conturbada com Kennedy e as tramoias políticas fazem deste uma obra inconstante e seria imprevisível se não fossem pelas aulas de história e de cinema.

 
Além de linda e exuberante, no fundo Marylin era uma mulher triste e reprimida, mas apesar de tudo, era muito forte. Com um pai desconhecido e a mãe internada no manicômio, ela encontrou na sexualidade do seu corpo a fuga e a oportunidade de estar melhor. Na verdade, tudo o que ela transmitia disfarçava sua tristeza e o seu talento encobria suas vontades mais íntimas.  

Para completar, Marilyn acreditava que o caso que mantinha com Kennedy era um romance puro e verdadeiro. Mas não. Era sórdido, era sujo e era animal. E suas relações comerciais eram baseadas em gana e interesse.

Deu pra perceber que uma vida de estrela nem sempre é como imaginamos. E não mesmo. Acredito que no fundo, no fundo, Marylin Monroe era uma mulherzinha, dessas que sonham com o príncipe encantado, com o marido perfeito, com filhos, com casa, enfim. Tudo o que não teve, ela desejava.


Mas não era pra ser. Ela nunca seria uma mulher de um homem só, ela era de todos, cobiçada e admirada pelo mundo inteiro. Marylin era assim: diferente, moderna, futurista e muito atrevida.


Uma pena a nossa geração ainda não ter nenhum projeto de Marylin. Há essas mulheres cheias de não me toquem, não me relem, que se mostram (até demais) e se acham sensuais e sexuais a ponto de irem parar somente em capas de revistas. Sem conteúdo e sem talento, acreditam no corpo como ferramenta. Falsas “Marilyns” é o que não faltam por aí. Se bem, que a verdadeira Marylin Monroe é insubstituível, inimitável e única.


A nossa geração peca pelo excesso. Ou têm muita atitude, a ponto de se envolverem em casos e agressões absurdas, ou não têm vontade de fazer nada, apenas ficar esperando o destino e a vida acontecerem, através da internet, é claro.
 
Apesar de toda a sexualidades banalizada, ainda falta um quê de Marilyn Monroe em muitas moças. Não estou falando para sair do casulo e cultivar um corpo escultural ou fazer caras e bocas para conquistar homens. Não é nada disso. É um pouco mais de interesse ou borogodó*, como muitos falam por aí. Mas isso, reconhecemos que não se adquire. É nato. E é para poucos. 

Amy Whinehouse? Acho que não. Ainda está para nascer uma Marylin Monroe do século XXI.

The River of No Return - Marilyn Monroe (1954)


*Nota do editor: Borogodó - "atrativo pessoal irrresistível" - é aquilo que não pode ser definido como beleza, charme, sensualidade ou sexualidade...em suma, aquele 'plus' que não tem descrição definida/ ou causa fisiológica/ ou razão de ser, mas que é indiscutivelmente algo que desperta o interesse de todos que estão à volta.

Sobre o Autor:
Marcos H. de Oliveira Mônica Miranda,22 é redatora e apaixonada por literatura, histórias e palavras. Tem como sonhos garimpar o mundo inteiro e escrever um livro. http://twitter.com/MonicaCSM 

2 comentários:

Arrasou! parabéns pelo texto, Mônica. A diva agradece! ;)

disse...

Adorei Mônica. Parabéns!