Culturaria - Piratas do conhecimento? por Marcos H.
"A pirataria moderna se refere ao desrespeito aos contratos e convenções internacionais onde ocorre cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos autorais, de marca e ainda de propriedade intelectual e de indústria. Os casos mais conhecidos são as cópias de produtos (falsificação), quer pelo uso indevido de marca ou imagem, com infração à legislação que protege a propriedade artística, intelectual, comercial e/ou industrial." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirataria_moderna)
O AGE é um blog onde os colaboradores enviam textos sobre o que gostam de ler, assistir e ouvir. Como a maioria dos blogs, existem links que direcionam para uma maior profundidade sobre o assunto tratado nos artigos com o objetivo de ampliar a informação e, portanto, obter maior conhecimento. Sempre que possível a fonte é citada e os créditos fornecidos. Mesmo assim, algumas vezes, tenho a sensação de que sou um pirata.
Explico. Como redator de publicidade e propaganda é primordial nesta profissão obter o maior número de dados (referência) para diferenciar a ideia criativa da cópia, a homenagem do puro plágio e por aí vai. Para tanto, busco sites em alemão, chinês, comerciais feitos na Croácia e até mesmo anúncios veiculados em revistas mexicanas e afins. Toda esta pesquisa também é direcionada para alimentar as seções do AGE.
Seguindo esta linha de pensamento, eu me desfaço da fantasia de pirata e assumo um papel mais semelhante, digamos, ao de um Bandeirante do Conhecimento que vai até onde precisa e volta com maior bagagem cultural para consumir e compartilhar. Isso, até o momento em que sou barrado na "alfândega moral" e chamado novamente de pirata por ter postado no blog uma música onde o cd, por exemplo, não foi lançado no Brasil por não ter apelo comercial.
O que estou propondo com esta nova seção Culturaria é abrir um canal de conversa franca sobre o que representa o acesso aos infinitos sites chamados de piratas diante do conhecimento. Livros e mais livros que fora do país são indicativos de boa leitura, não passam da primeira edição no Brasil. Experiências musicais de bandas desconhecidas, mas de qualidade musical comprovada, também não. Documentários que até foram indicados ao Oscar e outros prêmios, só podem ser vistos em pequenas salas culturais em horários insalubres e por tempo limitado. Por que?
Por que as editoras não lançam versões em pdf com menor custo? Por que as gravadoras não fazem compilações menos comerciais com seus músicos desconhecidos que permitam a descoberta de novos caminhos criativos e musicais? E por que documentários e curtas não podem ser lançados juntos em coleções especiais para os amantes do cinema?
Não sou bobinho e, assim como você, conheço as respostas mais básicas para estas perguntas. Grana, direitos autorais diferentes para cada tipo de mídia, mais grana, tráfico, etc, etc. Sou totalmente contra a pirataria. Mas a falta de critério, me faz pensar naquele personagem que "roubava" dos ricos para dar aos pobres. Ele também tem direitos autorais inclusive.
Talvez, este seja o primeiro e único artigo desta seção, talvez não. Convido você estudante que baixa um filme, música ou livro pela internet. Convido você autor do seu primeiro livro que escreve por amor à literatura (mas também precisa vender). Convido todas as editoras e representantes de gravadoras e meios de comunicação. Vamos conversar?
Conto com vocês para levantar uma bandeira diferente e dar um rumo e destino ao Culturaria. Compartilhem este artigo, mandem para o Twitter das editoras, etc. Que a vontade de aprender e continuar buscando informação de valor não morra na praia. Afinal, o "C" de Copyright é o mesmo para Cultura e o Conhecimento. Até a próxima (se houver).
Sobre o Autor:
Marcos H. de Oliveira é redator freelance de publicidade e propaganda e consumidor voraz de livros, música, cinema e arte. http://twitter.com/agentescreve |
1 comentários:
Eu não vejo onde um pirata se diferencia TANTO ASSIM de um bandeirante P-)
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