Texturas - Acrilic on Canvas do Legião Urbana
Acrilic on canvas é do álbum Dois, o segundo da banda e lançado no ano de 1986, e que inclusive foi um dos que mais vendeu cópias, 1,2 milhão. O álbum poderoso lançou canções de sucesso como Eduardo e Mônica, Tempo Perdido e Índios. É um hino melódico e delicioso do mais incorrigível romantismo. Considero uma das baladas “angélicas”- da Legião que mais aprecio e ouço sempre. Esta é apenas uma das inúmeras letras cantadas e veneradas por milhares de jovens do país inteiro, fãs da inesquecível Legião Urbana.
Nossa! Ouvi muito isso durante minha adolescência. Legião lançou canções que viraram clássicos do rock nacional nos anos 80 e 90. A banda era uma febre musical digna dos corações rebeldes e românticos, independendo se ainda adolescentes ou não.
Era muito “cool” o carinha que sabia tocar as letras todas até o fim, pois era comum a galera errar uma frase ou outra. Cantávamos na escola, no playground do prédio, nos bares e nas casas de praia. Era tempo de colégio, 1º grau. Como quase todas as músicas da banda, o que todo mundo queria era aprender a cantar e tocar.
Com Acrilic on canvas não era diferente. Eu mesma, só fui aprender depois de muitas noites de fim de semana com a galera na casa de praia. A metáfora da tela, das cores e de tudo que circunda o mundo da pintura e do desenho se materializa na música e nos faz refletir também sobre os espelhos, a imagem do outro, as projeções emotivas, no caso as do ser amado e de si mesmo. Como não podia deixar de ser, é carregada de uma nostalgia e um platonismo pontual e incisivo, porém não menos real e humano e comum ao território e contexto amoroso, seja ele velho, novo, mau ou bom... “Tentando pintar essas dores com o nome de amor perfeito”.
Na tela musical da letra, o autor revela não apenas seu coração, mas toda a capacidade mental do amor que relata, nas suas luzes e sombras. As misturas, as tintas, o cavalete e os traços provêm da matéria-prima abstrata daquele amor descascado, descompactado e reconstituído a partir da materialidade da tela que se constrói para perdurá-lo até o fim da existência....
Mesmo que não, seja sobre amores, paixões perigosas, quentes ou mornas, sempre temos a nossa “pintura” ou “versão” pessoal da história. Para os afeitos ou não às telas, tintas e afrescos, a verdade é que a canção é um bom aperitivo para começar a pintar telas, principalmente se o indivíduo já tiver intimidade com o assunto.
Ok, mas sem me prolongar muito neste aspecto, gostaria de dizer que quando ouvirem Acrilic on Canvas, garanto que vão se emocionar com o tom e com esta “letra-tela” que só este adolescente velho como o Renato poderia escrever.
É saudade então, e mais uma vez
É saudade então, e mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi
Entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nos dois nunca fizemos
De um dia sermos três...
Trabalhei você em luz e sombras
E era sempre não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas,
E desculpas nem sempre são sinceras, quase nunca são.
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar.
A Armação fiz com madeira das janelas do seu quarto
Do portão da sua casa fiz palheta e cavalete
E com as lágrimas que não ficaram com você destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços que entalhei estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Com o batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre não foi por mal
Eu juro que não queria machucar você prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente, a mesma traição
Às vezes é difícil esquecer
Sinto muito ela não mora mais aqui
Mas então porque eu finjo
Que acredito no que invento
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito.
Ninguém sofreu,
E é só você que provoca essa saudade parecia
Tentando pintar essas dores com o nome de amor perfeito
E não te esqueças de mim
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi
Entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nos dois nunca fizemos
De um dia sermos três...
Trabalhei você em luz e sombras
E era sempre não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas,
E desculpas nem sempre são sinceras, quase nunca são.
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar.
A Armação fiz com madeira das janelas do seu quarto
Do portão da sua casa fiz palheta e cavalete
E com as lágrimas que não ficaram com você destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços que entalhei estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Com o batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre não foi por mal
Eu juro que não queria machucar você prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente, a mesma traição
Às vezes é difícil esquecer
Sinto muito ela não mora mais aqui
Mas então porque eu finjo
Que acredito no que invento
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito.
Ninguém sofreu,
E é só você que provoca essa saudade parecia
Tentando pintar essas dores com o nome de amor perfeito
E não te esqueças de mim
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