A BUSCA PELA FELICIDADE E O ENCONTRO DAS DOPAMINAS

terça-feira, novembro 03, 2015 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


A nossa felicidade depende mais do que temos
nas nossas cabeças do que nos nossos bolsos.
Arthur Schopenhauer
A felicidade é um problema individual.
Aqui, nenhum conselho é válido.
Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz. 
Sigmund Freud
Seja na racionalização crua de Freud ou no idealismo de Schopenhauer, a busca pela felicidade não é uma jornada fácil. Já falei aqui no AGE sobre aquela felicidade que se pode comprar e que está sempre à venda (ainda não leu AD HAPPY - A FELICIDADE QUE SE COMPRA? Que tristeza!) e neste artigo você poderá encontrar mais algumas referências que podem servir como uma espécie de bússola para continuar sua busca que, concordando com Freud, é totalmente pessoal.

Historicamente falando, "ser feliz" nem sempre esteve "na moda", por assim dizer. Somente após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) é que se começou um movimento de reconstrução ou busca da felicidade. Nesse período, ser feliz era uma questão de sobrevivência social, de obter o que era necessário para viver e existir com alguma dignidade. Feliz era aquele que tinha um emprego, um bom casamento e comida na mesa. A felicidade era igual a estabilidade e segurança. 

Uma visão espiritual e mais idealista viria anos depois com movimentos como o Flower Power e da Nova Era (anos 60 e 70). Foi nesse momento que surgiu a fundamental Hierarquia de Necessidades de Abraham Maslow (1969) que pesquisou os motivos que fazem as pessoas felizes. A teoria foi atualizada por Clayton Paul Alderfer para Teoria ERG (Existência, Relação e Crescimento, growth em inglês).

Na prática,  a ERG demonstra que "variáveis como educação, antecedentes familiares e ambiente cultural podem alterar a importância que cada um dos grupos de necessidades tem para uma pessoa. As evidências demonstram que as pessoas em culturas diferentes classificam as necessidades de maneiras diferentes" (Wikipédia). Em outras palavras, a felicidade é diferente para cada pessoa, raça e até local (se você pensou Butão, acertou). E olha que nem falamos das emoções ainda.


Ah, as emoções. Como seria legal se as nossas emoções pudessem ser organizadas direitinho como em um filme da Pixar, não é mesmo? Felicidade garantida. Só que não. É exatamente essa mistura que torna a sua busca pela felicidade única e intransferível. Se as teorias acima falam sobre o ser humano como um todo, são as suas emoções (e pensamentos) que falam sobre você e apenas você. 

O pensamento positivo, a meditação, exercícios diários, uma alimentação saudável, o comportamento otimista são alguns exemplos de práticas contemporâneas para busca moderna da felicidade. Será que resolve? Bom... primeiro, você vai precisar bater um papo com os seus neurotransmissores.

Dopamina, serotonina, oxitocina, e endorfina. Essa é a turma, segundo a ciência, que cuida da sua felicidade (descubra mais, clicando no link). Um resuminho:

A Dopamina - nos motiva a agir em direção a metas, desejos e necessidades, e nos dá uma onda de prazer quando conseguimos. Procrastinação, dúvida e falta de entusiasmo estão ligadas a baixos níveis de dopamina. Já a Serotonina flui quando você se sente importante. Solidão e depressão aparecem quando a serotonina está ausente. A Ocitocina cria intimidade, confiança e constrói relacionamentos saudáveis. É liberada por homens e mulheres durante o orgasmo, e pelas mães durante o parto e amamentação. Por último, as Endorfinas são liberadas em resposta à dor e stress, e ajudam a aliviar a ansiedade e depressão. Semelhante à morfina, a endorfina age como um analgésico e sedativo, diminuindo a nossa percepção da dor.


Em conjunto, esse Quarteto Fantástico pode fazer muito por você e existe um enorme material disponível na internet para aprender como ativá-los e tratamentos terapêuticos para sua reposição. Stress e depressão, isolamento social, angústia e outros inimigos da sua felicidade podem estar relacionados a falta de alguma dessas substâncias químicas produzidas pelos neurônios. O professor de Neurociência e Ciências Biológicas da Universidade de Stanford (EUA), Robert Sapolsky, tem uma pesquisa bem legal sobre o assunto (que você pode ler aqui).

 
Pra terminar, temos a questão da disposição genética. Papai e Mamãe são responsáveis pelos seus lindo olhos azuis, suas sardas e também pela sua felicidade (do ponto de vista genético). Na Teoria dos Três Determinantes da Felicidade (imagem acima), repare que os fatores externos (dinheiro, habitação, casamento, etc) influenciam em apenas 10% na sua realização pessoal contra 40% sobre pensamentos e ação dirigida para felicidade. Isso quer dizer que a felicidade pode estar mais perto da sua cabeça do que do seu bolso ou coração e que aquele smartphone novo só vai te deixar feliz por um tempinho e o resto é só prestação.

Foi o que o cineasta Roko Belic também descobriu: durante seis longos anos, ele dirigiu e produziu o documentário "Happy - Em Busca da Felicidade Genuína", onde buscou conversar com pessoas de diversos lugares do mundo, como Dinamarca, Namíbia, Escócia, China, Quênia, Japão, Butão, Índia, Estados Unidos e Brasil, e ainda investigadores e pesquisadores do tema. Assista, assista e assista!


A felicidade não possui uma fórmula. A sua felicidade não possui uma fórmula. Freud e Schopenhauer, Maslow e Sapolsky, todos os pensadores da Antiguidade como Epicuro e muitos outros só podem dar a você alguma iluminação de suas próprias buscas. Temporária e fugaz, a felicidade não pode ser presa em conceitos e teorias, não está apenas nas pessoas, animais ou objetos porque tudo passa.

O que não passa são as inúmeras possibilidades de ser feliz durante toda a sua vida. Então, não perca tempo: VAI SER FELIZ!!!

E até a próxima!

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