PENSAMENTOS TERRORISTAS E O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA

sábado, novembro 21, 2015 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas. Aprender sem pensar é tempo perdido. - Buda

Neste momento, como quase em todo o mundo, você deve estar com raiva. Você viu os jornais, as redes sociais e as coberturas na televisão. Você assistiu cenas que primeiro te aborreceram, te horrorizaram e depois deram lugar a um sentimento de vingança imaginária, algo cruel que poderia fazer. 

E você xingou e desejou a morte de pessoas desconhecidas, desejou o sofrimento de estranhos corruptos e delatores sem-vergonha. Por um breve instante, meu amigo, você se tornou igual a um terrorista. Você odiou e quis a vingança pelos atos desumanos realizados por pessoas que, no fim das contas, são iguais a você. E você segue em frente, acreditando que sabe tudo o que precisa saber.

Só que não.


Este artigo não pretende dar uma explicação política ou uma analise defensiva sobre a natureza humana e todo o mal que ela pode causar quando levada, por diversos fatores, a cometer atos cruéis contra a humanidade, ok?

Seja um mar de lama tóxica ou uma bomba caseira que explode um avião, a questão é como recebemos e, principalmente, se conseguimos refletir sobre este e outros exemplos de pura maldade que assolam o planeta. Fome, corrupção, terroristas, desemprego e desilusões. Como o seu pensamento lida com isso?

Uma definição que surgiu recentemente com a explosão das redes sociais e da comunicação é o Oversharing, o excesso de compartilhamento de dados (informação é outra coisa) na Internet e na vida fora dela. Somos afogados por dados todos os dias, milhões de assuntos que nos interessam ou não. A mídia profissional tornou-se preguiçosa e muitas informações não passam de boatos ou cópias de outros sites que também não confirmaram suas fontes.


Na oportunidade formada por uma tragédia, o tom usado é sempre alarmante, aterrorizador e dramático: crianças e velhos chorando, prédios destruídos, sirenes e tiros em uma edição rápida de imagens chocantes. Nenhum pensamento lógico pode ser formulado diante desse carrossel alucinante. O que nos resta é sentir e sentir muito, sem tempo de processar exatamente o que isso significa

Pensar é um processo de aprendizado. Precisamos de tempo para isso. O pensamento coerente só acontece após algumas fases como observação, analise e crítica diante dos fatos. Pensar somente fornece conhecimento quando damos tempo para que todas as informações sejam entendidas e comparadas com outras experiências anteriores, cognitivas.


A metacognição é um termo muito usado na educação e totalmente ausente no cotidiano da maioria das pessoas. Chamada de "pensamento sobre o pensamento", a metacognição pode ajudar a filtrar o que é realmente necessário conhecer para que estes dados sejam convertidos em saber. Conhecimento só é saber quando você sabe que sabe. O resto é achismo ou, tecnicamente, você "não sabe que não sabe".

Um exemplo prático: conhecer uma zebra não é "saber" sobre a zebra mas o seu pensamento formal, junto com toda dispersão de informação, dirá que você sabe o suficiente. Pessoas passaram uma vida acreditando que leite com manga faz mal, uma lenda urbana que foi contada nos tempos de escravidão para evitar que os escravos roubassem leite e manga. É um efeito condicionado.



Na última década, três vencedores do Prêmio Nobel da Paz eram muçulmanos (como afirma o professor de religião Todd Green, leia aqui), informação que nem virou notícia. Perdemos a avaliação, a analise e a revisão do pensamento e pulamos para o julgamento e para crítica que é um assunto muito mais interessante para discutir numa mesa de bar eu esperando um ônibus. 

O mesmo acontece com a política e outros assuntos que deveriam merecer mais atenção do seu cérebro. E junto com o julgamento, vem o condicionamento limitante e vazio de ideias fundamentadas. É um ciclo vicioso que pode gerar, inclusive, preconceitos e segregação racial e social.


Na contramão dessa ideia, somos frequentemente motivados a pensar menos, principalmente em termos emocionais. "Se joga" virou uma gíria para o novo comportamento que se pressupõe tratar a vida com mais leveza e menos stress. O problema é que isso não serve para todos os assuntos e muito menos para questões importantes como a proteção da própria vida e do planeta.

Pensar está diretamente ligado aos conceitos da filosofia e da criatividade. Na metacognição, encontramos novos caminhos de avaliação e desenvolvimento para ter ideias mais profundas e inovadoras. Além disso, nosso senso crítico tornar-se mais apurado e menos grupal e podemos desenvolver escolhas que sejam realmente nossas e não um apanhado de argumentos dispersos que vieram de fontes desconhecidas ou imparciais. 


Seja qual for o assunto, o mais importante é parar para pensar. Repetindo: avaliação, analise e conclusão, antes da sentença final. Palavras têm poder e podem machucar tanto quanto paus e pedras. Prudência é uma ótima escolha em tempos difíceis. 

Até a próxima!

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