UM DIA - ANNE HATHAWAY E A SABEDORIA DO AMOR QUE SABE ESPERAR.

segunda-feira, junho 11, 2012 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments

  
Juro que não pretendia escrever mais sobre filmes esta semana, mas fui convencido por Anne Hathaway e sua esperteza profissional na escolha de filmes. E calhou de ser a semana da troca de presentes, juras de amor, etc, etc, etc. Mais um bom motivo pra assistir Um Dia (Lone Scherfig, 2011), romance que pega a contramão da atual modinha americana de "amigos com benefícios". Olha só:


Certo. Vamos "enxugar" um pouco da água com açucar hollywoodiana presente em uma produção focada na imagem de Hathaway para ligar os pontos que David Nicholls (autor do livro adaptado que virou best-seller) colocou no roteiro que também é de sua autoria.

Nicholls escreveu o livro perto dos 40 anos e os personagens Emma (Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess que estava bem melhor em Across The Universe de 2007) representam suas polaridades masculino/feminino. Segundo ele:

Na universidade, eu e meus amigos discutíamos o que estaríamos fazendo aos 40 anos. E eu não esperava me tornar um escritor. A impossibilidade de prever o futuro é um tema interessante. Como podemos mudar dos 20 aos 40 anos? Os temas oportunidades perdidas, amor perdido, ideais perdidos, arrependimentos, e acima disso, a importância da amizade fazem sentido para todos. O livro é sobre como nos sentimos aos 22, 26, 33, 39 anos.

Um Dia é um filme/livro esperto porque a parte romântica fica em segundo plano. Quer dizer, até certo ponto. O que se valoriza é um relacionamento dentro da vida e não o contrário. Emma e Dexter seguem seu caminho de maturidade com a certeza de que nunca vão deixar de ser o que representam um para o outro. Este é o primeiro erro ingênuo que cometemos entre os 18-21 anos (também pode acontecer aos 30 e poucos): ansiamos pela mudança e transformação nos nossos termos. Bom, a vida pensa diferente.


Os namorados vazios de Emma e as festas vazias de Dexter somam um espaço ocupado pelo medo  do fracasso e novas experiências. Nos acostumamos a considerar o Amor piegas, clichê, comercial e brega. São desculpas prontas para não dar aquele salto no escuro e assumir qualquer tipo de comprometimento com o desconhecido e "começar de novo". Bom, quem não engatinhou, quando for andar, vai cair.

Para garotos e homens em crescimento o romantismo de Um Dia perde para qualquer outro filme com tiros e ação 3D. Na verdade quem perde é aquele que ainda acredita que relacionamento é caixa de chocolate, langerie e uma câmera pra filmar tudo depois. Perdem também as mulheres que tentam se equiparar em "malandragem" e se tornam cúmplices na perpetuação do machismo tupiniquim do cafajeste tropical, moleque do samba e menino do Rio. Se o amor é um jogo, meninas, vocês estão jogando errado. Periguete Princesa não existe, vai por mim.


A psicologia nos ensina que nos apaixonamos primeiro pelo que gostamos em nós mesmos ou aquelas qualidades que desejamos em nós e são representadas, exteriormente, no outro. Depois deste encanto narcisista é que o "real" acontece. Muitas vezes, o real pode ser chocante. Porém, é mais honesto e verdadeiro. Lembre-se disso quando assistir Um Dia. A vida não precisa de finais felizes. Precisa de começos felizes. Divirta-se e até a próxima. 

Mais Anne Hathaway em Amor & Outras Drogas: http://bit.ly/LneBzc



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