A LUTA PELA I-LIBERDADE - A GUERRA VIRTUAL PELO DIREITO REAL.

segunda-feira, janeiro 23, 2012 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


Este é um aviso para o governo da Tunísia: a violação da liberdade de discurso e informação de seus cidadãos não será tolerada. Ataques cibernéticos vão continuar até que o governo da Tunísia respeite todos os direitos de discurso livre e informação e acabe com a censura da Internet. (...) Continuem com a sua opressão e este será apenas o começo.
 
Nós somos o Anonymous.
Nós somos o símbolo zangado do Discurso Livre.
Nós não perdoamos a Censura.
Nós não nos esquecemos do Discurso Livre.
Aguarde por nós - sempre. 

Aí, aí Liberdade, assim você me mata. Por este pequeno trecho do mais famoso grupo cyber-terrorista da atualidade, o Anonymous (veja o link completo), já deu para perceber que a coisa tá ficando mais preta do que monitor desligado. De alguma forma, os seres humanos conseguem levar a guerra para qualquer espaço que desejam conquistar. Foi assim entre os USA e a URSS (antiga União Soviética). É assim, agora, entre as empresas, gravadoras, estúdios de cinema e mesmo entre as pessoas com seus pensamentos religiosos, políticos, éticos e morais. E o palco desta guerra é a Internet.

Muitos dizem que a Liberdade virou uma prostituta de diferentes valores. Quem paga, leva. Na rua, ela vale uns cinco reais (valor para ter a liberdade de fumar uma pedra de crack). Na televisão, uns oito milhões (valor para garantir que um estupro presumido não atrapalhe a audiência). No cyber-espaço, pode valer milhões em processos contra pirataria. E vale.

Mas, houve um tempo onde a Liberdade era uma Deusa (imagem ao lado). Chamada pelos romanos de Libertas, andava nua, sem coroa nem venda tapando os olhos. Não aceitava favores. O simbolo que Libertas suspende  em seu braço é o do Rei Sol romano (Invictus, o Invencível).

Entre outras coisas, o Sol representa o brilho da individualidade, a personalidade real, que faz cada um ser único em essência.

Demonstrada assim, a Liberdade parece imbatível mesmo. Que pena, ela não é.


A Internet transformou o conceito de Liberdade em um commodity (mercadoria) pessoal e corporativo. Todo o mundo faz uso da pirataria virtual. Poucos assumem, alguns disfarçam e outros nem pensam que fazem algum "mal" para terceiros. Na recente onda, dois movimentos anti-pirataria movimentam discussões acaloradas nos dois espaços, o real e o virtual. 

Em 2011, um conhecido site de compartilhamento foi fechado (Megaupload) e seus donos foram presos para assustar os outros mil existentes. Ao mesmo tempo, o Anonymous invadiu vários sites de gravadoras e estúdios de Cinema, liberando conteúdo para ser baixado via Torrent. Este é o cenário da Cyber-Guerra.

"Em ética a liberdade costuma ser considerada um pressuposto para a responsabilidade do agente, para o desenvolvimento de seu ambiente, de suas estruturas para conseguir, no final, satisfação para o meio." - Wikipédia

Na verdade, parece que não existe nem bandeira, nem uniforme neste combate. Acima da idéia virtuosa de liberdade, quem comanda mesmo é a moral solta da libertinagem capitalista. Queremos a liberdade do consumo, sem nenhum amparo ético que possa coibir qualquer manifestação, por mais idiota que seja. No  paradoxo do "É proibido proibir", o perigo está em não perceber o que passa pela catraca aberta.

Nesta "sopa" de intenções que nunca estão devidamente claras, o usuário comum da Internet (como eu e você) segue o modelo da massa popular: baixa e compartilha arquivos sem a menor preocupação com direitos autorais. Isso pode ser comparado com aquela injeção letal para os condenados. Para que o guarda responsável não se sinta culpado/responsável, são oferecidas três alavancas para liberar o veneno, mas apenas uma realmente faz o trabalho. O guarda nunca sabe qual é. O problema é que nós sabemos. Aliás, todo mundo sabe.

"Não há excesso de liberdade se aqueles que são livres são responsáveis. O problema é liberdade sem responsabilidade." - Milton Friedman, economista

O empresário sabe que deveria abaixar o preço para ganhar um pouco menos de 200% de lucro, as gravadoras sabem, os estúdios sabem. Você sabe que tudo que circula pela Internet deve pertencer a alguém.

A capitalização da Liberdade é um assunto complexo. Existem muitos "direitos" por aí. A reflexão sobre qual é o nosso papel nesta "guerra" é  realmente essencial. Diferente do combate real, não somos vítimas ingênuas que foram pegas entre dois exércitos. Somos ativos participantes. Não sou a favor da pirataria. Não sou a favor do aumento abusivo de preços. Não sou a favor da invasão de hackers (em uma suposta defesa pelos Direitos Humanos). 

Mas sou a favor da sua opinião e comentários neste espaço. Aguardo a sua manifestação. Liberte-se e escreva. Abraços.

"Acima de todas as liberdades, dê-me a de saber, de me expressar, de debater com autonomia, de acordo com minha consciência." - John Milton (1608-1674), autor de O Paraíso Perdido.

Show de Truman com Jim Carrey: a liberdade é uma ilusão.


Link: Liberdade

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