TVDOR - A NOVA PROGRAMAÇÃO DO MEDO.

domingo, dezembro 11, 2011 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments

A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa. - George Orwell, autor de "1984" e do termo "Big Brother".

Já chutou sua Tv hoje? Já desligou na cara do sujeito que clama por justiça e pelo "olho por olho"? E naquela apresentadora de alianças politicas duvidosas que chama advogados (igualmente duvidosos) para dar opiniões que ninguém pediu? E que tal para um "show" de vídeos engraçadinhos que foram retirados do YouTube para engordar uma programação vazia de conteúdo? Ou talvez para um daqueles programas de baixaria de casais e representantes religiosos praticando milagres e medicina ilegal? Sério, você já chutou sua Tv hoje?

Você usa tanto uma máscara que, acaba esquecendo de quem você é. Estamos presos ao modelo, somos parte dele. - V de Vingança, 1997 de Alan Moore.

Na prática, o único controle que a população tem sobre a Tv aberta, é o remoto mesmo.
 Os 190.755.799 de brasileiros podem trocar de canal, asssistir um DVD ou desligar a telinha para fazer algo melhor. O problema não é a Mídia, mas o conteúdo. A Tv aberta conseguiu impregnar outros meios de comunicação como o Facebook, Twitter e o YouTube com uma mensagem de massa que minimiza a informação em troca de um conteúdo fútil, dramático e vazio.

Veja, Joey, essa é a beleza da argumentação. Se argumentar corretamente, nunca estará errado. - frase do filme "Obrigado Por Fumar", sátira sobre a indústria do cigarro e o tabaco, baseado no romance homônimo de Christopher Buckley

A frase acima é perfeita para justificar o envio de mensagens sobre religião, autoajuda, animais torturados e piadinhas de gosto duvidoso no Facebook. Afinal, você está compartilhando algo que gosta ou deseja proteger. Errado. Você está inserido em um modelo que torna a sua interação superficial e sem conteúdo prático. E com essa onda de politicamente correto então, investimos boa parte do tempo em debater ou comentar assuntos completamente inúteis, disfarçados de ideologia valiosa e necessária.

Na medida que a televisão brasileira, com o seu desenvolvimento, passou a falar, ao mesmo tempo, para milhões, atingindo a grande maioria da população do país, ela se transformou no principal veículo da opinião comum. (...) A programação que alcança maior sucesso é aquela que consegue melhor sintonia com os desejos, gostos e emoções da grande maioria. - Professor Luís Carlos Lopes, PHD em Comunicação.

A sintonia hoje é a do medo. Tememos por nossos amigos, filhos, parentes, animais de estimação, pela falta de água, aquecimento global, focas, tatus-bola e  o diabo a quatro. O medo é um dos "produtos" mais rentáveis para televisão e para publicidade atual. Entre um capítulo da novela e outro, você é castigado pelos argumentos mais primitivos de sobrevivência (cuidado com os germes, cuidado com isso e com aquilo). Nos telejornais, a violência do ser humano contra ele mesmo e o mundo é a notícia eterna e repetitiva. E quando você, finalmente, desliga a televisão...vai para frente do computador e repete tudo nas Redes Sociais.

Cultura cobra paciência, reflexão, concentração e espírito crítico, em outras palavras, maturidade. A mídia satizfaz por nada cobrar, a não ser que permaneçamos sempre infantis. - Marilena Chauí - Filósofa e professora da USP.

Esse artigo tem um lado bem chato, eu reconheço. Ele demonstra que pessoas que se consideram inteligentes e bem-informadas, mesmo assim, podem ser manipuladas por seus próprios sentimentos de bem comum e serem "programadas" para replicar cultura inútil. Mas não fique triste, fique esperto. Os links abaixo são uma boa referência para evitar um dano maior e mantê-lo informado. Desligar a cabeça e ligar a televisão é uma escolha. Cada um faz a sua. Abraços.



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Sobre o Autor:
Marcos H. de Oliveira Marcos H. de Oliveira é redator freelance de publicidade e propaganda e consumidor voraz de livros, música, cinema e arte. http://twitter.com/agentescreve

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