Ouça Esta Letra - Dança das Borboletas - O peso e a poesia visual de Zé Ramalho e Sepultura por Marcos H.
Já experimentou algo perfeito? Aquela mistura, meio excêntrica em um primeiro momento, a combinação agridoce de sabores, a soma que gera algo inusitado, bacana e diferente. Já mesmo?
Zé Ramalho é um "cabra da peste", uma joia rara, um Bob Dylan do Agreste como o performático Tom Zé. Com sua voz grave de "profecia", consegue impor uma emoção única em interpretação. O Sepultura é simplesmente a banda que revolucionou a forma de fazer e tocar Metal, impondo um estilo que é copiado até por bandas russas. Juntos, são a perfeição.
Dança das Borboletas é a soma destes dois talentos especiais que se reuniram graças a um outro grande sucesso, a comédia romântica tupiniquim Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes - 2003) com Selton Mello, Débora Falabella e Marco Nanini. Se você ainda não tem a trilha sonora do filme, já está perdendo.
A poesia desconstrutivista de Dança das Borboletas (letra de Zé Ramalho) cria um delirante painel imaginativo da Natureza invadindo a Selva de Pedra, contaminando de cor o cinza dos prédios e a fumaça das fabricas. O clima tenso (pontuado por uma bateria percussiva e um baixo marcado) dão o tom da "invasão". O resto, eu deixo para sua própria imaginação. Quer dizer..."Se sabe o que é". Abraços.
Dança das Borboletas
Zé Ramalho
As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, a voar
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, a voar
E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!
And the butterflies are invading
the apartments, cines and bars
Sewers and rivers, lakes and seas
In a "de arrepiar" twirl
Destroying windows and glass doors
Escalators and in the chimneys
They sit and "pousam" in the smog
In a rainbow if knows what it is
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
Em um arco-íris se sabe o que é
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Fontes:
Zé Ramalho
Sepultura
Lisbela e o Prisioneiro
O que é construtivismo? por Fernando Becker
Para entender o desconstrutivismo por Sílvio Colin
Sobre o Autor:
Marcos H. de Oliveira é redator freelance de publicidade e propaganda e consumidor voraz de livros, música, cinema e arte. http://twitter.com/agentescreve |
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