MOBY DICK DE HERMAN MELVILLE.
Ah, as baleias. Confundidas como peixes e descobertas como mamíferos, essas grandalhonas sempre mexeram com o inconsciente humano. Temos essa "mania" de domesticar as coisas para torna-las nossas. Alguns bichos aceitam, outros não. Moby Dick, a grande baleia branca, é da turma dos que não aceitam.
O escritor Herman Melville foi um marujo da marinha mercante que aproveitou os ataques de baleia ocorridos na época (1851, tente imaginar como eram os navios e o mar neste período) para contar a história de uma "nóia". Isso mesmo, a velha e boa obsessão do Homem pelo domínio da Natureza.
O Capitão Ahab é doido, obstinado e obsessivo. Moby Dick é bruta, selvagem e livre. E nós somos privilegiados, porque podemos acompanhar uma batalha clássica entre a razão e o instinto, combate sempre presente em cada um de nós.
Divagando só um pouquinho, percebemos nas atitudes dos personagens principais, aquela vontade pelo perigo e pela aventura. Ismael, o narrador do livro, já é um veterano do mar. Bem que podia se aposentar, mas prefere embarcar com um louco para caçar um animal que todos chamam de "monstro". Os tripulantes do baleeiro Pequod querem grana e Ahab quer vingança pela perna arrancada por Moby Dick. E o que Moby Dick quer? Provavelmente, sossego.
É neste cruzamento de intenções que a narrativa brilha. Tenha alguma paciência com as cansativas descrições do autor sobre a rotina dentro de um barco e concentre-se no "casal" Ahab-Moby. O Capitão, como um amante rejeitado, deseja mais do que vingança.
A baleia, do ponto de vista simbólico, representa uma volta ao ventre materno, a redenção pelos atos de vida, uma espécie de purificação pela dor e o sacrifício. Ahab não pode conseguir sua perna de volta. Sua busca é pelo coração.
Será que não é a mesma busca de todos nós, "caçando" algo que nos aventure e nos leve para o desconhecido onde o sentido final seria dar algum significado maior para vida?
A baleia, do ponto de vista simbólico, representa uma volta ao ventre materno, a redenção pelos atos de vida, uma espécie de purificação pela dor e o sacrifício. Ahab não pode conseguir sua perna de volta. Sua busca é pelo coração.
Será que não é a mesma busca de todos nós, "caçando" algo que nos aventure e nos leve para o desconhecido onde o sentido final seria dar algum significado maior para vida?
Não conheço melhor versão para o cinema do que a interpretação de Gregory Peck como Capitão Ahab para o filme de 1956 (que ainda conta com Orson Welles no elenco e roteiro do escritor de ficção-científica Ray Bradbury). Dica: melhor deixar de lado, por um momento, o seu julgamento politicamente correto sobre os direitos das baleias para poder apreciar o desempenho neurótico do ator. Bom livro e bom filme!
Moby Dick (1956) - Filme on-line Legendado
Fontes:
Baleia - Mitologia
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