Desarmado - Guerra ao Terror de Kathryn Bigelow

quarta-feira, outubro 27, 2010 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


“A guerra é um vício”. É com essa frase que o ganhador do Oscar de melhor filme de 2009  começa: “Guerra ao Terror”.

O vício é uma mistura de amor, prazer, necessidade; e o vício do protagonista do filme, o sargento William James (Jeremy Renner) é a adrenalina provocada pela guerra. E como todo vício, ele deixa as pessoas dependentes dele para dar um valor a mais na vida.

Filmes de guerra são sinônimos de grandiosidade, mas as cenas e situações deste se aproximam mais da realidade. Você espera um filme mais focado no drama e nas conseqüências da guerra, mas se depara com um grupo de soldados americanos contando os dias para o retorno de casa. Vivendo cada dia como se fosse o último.

Eles têm um motivo para aproveitarem cada momento, pois o amanhã é incerto. Talvez sirva para avaliarmos os momentos em que achamos que nada faz sentido e assim passarmos a aproveitar mais o presente. Nos preocuparmos mais com nossas ações com o próximo e com nós mesmos e não só com as palavras e a espera pelo amanhã.

Em tempos de guerra ou apenas nesses filmes você pensa o que leva uma pessoa a escolher o exército como carreira.

Cada pessoa escolhe o que quer fazer; alguns por sonho e paixão, outros por influência de terceiros e há aqueles que escolhem até por falta de opção.

Uma guerra não é algo qualquer. É algo que mexe com a história do país, com a vida e o psicológico das pessoas. Eu acredito, que alguém que escolhe largar família e tudo mais para servir seu país em uma guerra sem sentido, tal como a do Iraque, vai ao menos por um pouco de paixão. Ou também porque o louco do presidente determinou assim.

Nenhum outro filme havia retratado antes, o medo e a adrenalina diária de um soldado. Alguns desses soldados vivem pra isso e seu trabalho não apenas o dignifica como também faz a sua identidade. Pra eles o trabalho de um escritório não é suficiente, não faz seu sangue ferver. Eles precisam desse vício para se sentir vivos. Esse amor que ao nosso ponto de vista é loucura, mas isso é vida pra eles, essa é sua paixão. 
Essa incerteza do dia seguinte, a ajuda que oferecem aos que precisam dessa proteção é sua razão para continuarem ali. 

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