CHARLES BUKOWSKI - A LITERATURA PORNOGRÁFICA DE UM GÊNIO PERVERTIDO.
Este é o primeiro artigo sobre uma série de escritores do gênero erótico (prefiro o termo realista) que vou postar no AGE nos próximos meses. Porém, é preciso entender o que significa "literatura erótica" e suas derivações para que o conteúdo não ofenda mentes jovens ou preconceituosas.
A pornografia, por exemplo, é um tabu na nossa sociedade reprimida. O sexo tratado neste estilo de literatura também. Portanto, não vamos confundir estilo e bom gosto com recalques pessoais ou piadinhas de programas populares, certo?
Charles Bukowski (1920-1994) é o tipo de romancista forjado no fogo e na tragédia. Um breve olhar em sua biografia para perceber que poderia escolher um caminho de crime, anonimato e morte. Espancado pelo pai militar e alcoólatra quando criança, patinho feio com doença de pele, Bukowski descobriu nos livros (e na bebida) a veia de escape para sua angustia. Não sei se precisava ser assim, mas foi.
Pessoalmente, sou contra qualquer movimento que incentive as drogas (legais ou não) como parte do processo criativo ou mesmo o catalisador principal da criatividade. Ainda existe muita ingenuidade e romantismo sobre isso e olha que estamos no séc. XXI! Achar que qualquer vício é ferramenta pra criação artística é uma baita infantilidade, coisa de Emo (rs). E só quer dizer que você ainda não está pronto.
A questão do verdadeiro artista, pintor, escritor, etc., é escapar da banalidade da vida medíocre do acordar, trabalhar, comer, f* e morrer. Picasso, Poe, Elis Regina, Bukowski, James Dean, Jim Morrison e tantos outros não foram fabricados em uma mídia de "Rebeldes Sem Causa" que viram ídolos para adolescentes. A vida doía e essa dor era legítima, verdadeira. Esta é a diferença que faz toda diferença.
Apesar de escrever desde os quinze, foi somente a partir dos quarenta anos que o reconhecimento chegou para Bukowki através do seu personagem autobiográfico, Henry Chinaski, um velho safado, alcoólatra que vivia pulando de emprego e mulheres. É o melhor exemplo da Arte imitando a vida para salvar uma vida: a do próprio escritor. Veja uma declaração:
Pessoalmente, sou contra qualquer movimento que incentive as drogas (legais ou não) como parte do processo criativo ou mesmo o catalisador principal da criatividade. Ainda existe muita ingenuidade e romantismo sobre isso e olha que estamos no séc. XXI! Achar que qualquer vício é ferramenta pra criação artística é uma baita infantilidade, coisa de Emo (rs). E só quer dizer que você ainda não está pronto.
A questão do verdadeiro artista, pintor, escritor, etc., é escapar da banalidade da vida medíocre do acordar, trabalhar, comer, f* e morrer. Picasso, Poe, Elis Regina, Bukowski, James Dean, Jim Morrison e tantos outros não foram fabricados em uma mídia de "Rebeldes Sem Causa" que viram ídolos para adolescentes. A vida doía e essa dor era legítima, verdadeira. Esta é a diferença que faz toda diferença.
"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." - Bukowski
Apesar de escrever desde os quinze, foi somente a partir dos quarenta anos que o reconhecimento chegou para Bukowki através do seu personagem autobiográfico, Henry Chinaski, um velho safado, alcoólatra que vivia pulando de emprego e mulheres. É o melhor exemplo da Arte imitando a vida para salvar uma vida: a do próprio escritor. Veja uma declaração:
"...sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante, dava muito trabalho. Eu queria mesmo um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão."
As principais influências de Bukowski foram dois outros angustiados, Ernest Hemingway e Fiódor Dostoiévski. Foram 50 livros publicados que incluem ficção, contos e poemas. Chegou a visitar faculdades para ler suas obras (causando algumas brigas com a platéia), já foi personagem de filme e até virou nome de banda. Não vou replicar nenhum trecho de livro aqui pelos motivos citados no início deste artigo (confira os links).
Vale dizer que foi o humor quem salvou o escritor e seu talento da miséria total. Segundo suas biografias, Bukowski possuía um comicidade que repassava para sua obra na forma daquele tipo de atração que sentimos pelo malandro que sempre se mete em confusão e, algumas vezes, sai ileso. Mas nem sempre. Bukowsky morreu de leucemia em 1994, aos 74 anos.
Vale dizer que foi o humor quem salvou o escritor e seu talento da miséria total. Segundo suas biografias, Bukowski possuía um comicidade que repassava para sua obra na forma daquele tipo de atração que sentimos pelo malandro que sempre se mete em confusão e, algumas vezes, sai ileso. Mas nem sempre. Bukowsky morreu de leucemia em 1994, aos 74 anos.
Para quem nunca leu nada do gênero Literatura Erótica, sugiro começar por "Mulheres" (1978, Ed. Brasiliense) de Bukowski e "Charles Bukowski - Vida e loucuras de um Velho Safado" (Ed. Conrad) do jornalista inglês Howard Sounes.
Jovens escritores pensam que basta alguns palavrões para tornar uma historia adulta e madura. Não é bem assim. Transformar uma vida de bebedeiras, prostitutas, desemprego e doença em poesia é para poucos. Bukowski era um destes poucos. Bom para você. Ótimo para Literatura Universal. Vai lá, conhecer esse velho safado e genial. Até a próxima.
Bluebird - Poema
"Roll the Dice" de Bukowski, recitado por Bono
Bukowski: Born Into This (documentário de 2003 realizado por John Dullaghan com legendas em espanhol)
Barfly (1987) trailer
Factotum (2003) trailer
Fontes:
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