INDIE GAME - DOCUMENTÁRIO REVELA O JOGO DO MERCADO.

domingo, fevereiro 03, 2013 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


“Se você não vê uma vulnerabilidade em alguém,
você provavelmente não está se relacionando
com aquela pessoa em um nível pessoal o bastante.”
Jonathan Blow, criador do game Braid.

Existe uma incontestável aura de estranheza em todo artista verdadeiro. Pode ser a forma de se vestir, andar, um tique (ou TOC) nervoso, ausência de vida social e até alguma doença de fundo emocional como asma e bronquite. Muitas pessoas vivem correndo de um curso para outro, na tentativa de forjar uma alma de artista, sem sucesso. Isso não se aprende porque Arte não é cópia, é inovação, criatividade e sacrifício. Estes são alguns dos ensinamentos que aprendemos ao assistir Indie Game: The Movie (2012)


Acompanhar o caminho heróico de Jonathan Blow (Braid), Phil Fish (FEZ),  Edmund McMillen  e  Tommy Refenes (Super Meat Boy) para conseguir terminar e lançar seus jogos independentes no concorrido mercado mundial de games, é sofrido. A genialidade e a loucura de um criativo já foi vista nas biografias e filmes de Picasso, Monet, Poe, Da Vinci, Pollock, Jorge Luis Borges, Jimi Hendrix, Stones, Jobs e milhares de outros. Mas é a primeira vez que um documentário consegue captar a geração que está aí, agora, tentando lutar por um espaço para mostrar a sua individualidade criativa. Indie Game permite essa imersão no universo destes renascentistas digitais, poetas de pixels e novos empreendedores (a pior definição que se pode dar a um artista).


Indie Game revela aquele universo pouco conhecido por aqueles que não estão envolvidos no processo de criar, não apenas um jogo, mas qualquer coisa. É uma questão de visão de mundo: se para você a vida é apenas uma dura batalha pela sobrevivência de existir, arrumar um emprego, pagar contas, encontrar alguém para casar e criar filhos...puxa, vai ser difícil a arte bater na sua porta porque falta a sensibilidade para enxergar que existe mais, muito mais por aí. Sem imaginação, sem o lúdico, aqueles que criticam tanto os "nerds" e "geeks" por não estarem interessados no emprego seguro e na estabilidade que um sistema capitalista promete oferecer, não teriam filmes, música, teatro e games para se distrair de uma vida aparentemente sem sentido.


A direção de é como uma "fase bônus" de Indie Game. É preciso ter uma conexão real com este universo para entender as fobias e o estilo de vida de um programador de jogos, de um pintor, escritor ou qualquer outro criativo. A sensibilidade dos diretores faz com que Indie Game seja um documentário plural, que fala para todo mundo que já teve um sonho de realização que está acima de qualquer outra coisa e arrisca a própria vida social (carreira, amigos, etc) por isso.


Publicitários, redatores, escritores, jornalistas, estudantes empresários, donas de casa, não importa: assistir Indie Game é uma experiência para seres humanos, gente que batalha por alguma conquista na vida, jogando com as possibilidades do sucesso ou fracasso com a coragem de entrar no jogo para o que der e vier. É um "chamado para aventura" que nem todos atendem (ou entendem). Será que você é um deles? Assista e descubra. 

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