CONHECYDOUS - SOPA, PIPA, ACTA E O FUTURO DA PIRATARIA VIRTUAL.

quinta-feira, março 01, 2012 Marcos Henrique de Oliveira 0 Comments


Atire o primeiro mouse, quem nunca baixou nada na Internet. Ou melhor, quem nunca baixou nada que não fosse seu por direito autoral. Com o recente fechamento do Megaupload (veja o link, se estava em Marte quando aconteceu) e das novas leis anti-pirataria, já citadas, fica a pergunta: o que mudou?

Vai depender em qual cadeira você senta. Se for na da sua casa, como um simples internauta, vai perceber que vários sites de compartilhamento estão fechando e aqueles que não fecharam podem levar até três horas em um download da série que você mais gosta. Se a sua cadeira for a de um executivo da música ou do cinema, seu humor não deve estar muito bom, já que o resultado das sanções absurdas do governo americano foram mínimas para o "pirateiro" de plantão. Essencialmente, nada mudou. Ou será que sim?

A cantora Adele foi a mais pirateada entre 2011 e o começo de 2012. Ao mesmo tempo, foi a que venceu mais prêmios e vendeu mais cds. A banda de cyber-metal Nine Inch Nails, disponibiliza todos os seus shows ao vivo no site oficial e continua vendendo bem nas lojas. Ano passado, o U2 presentou os fãs brasileiros com um cd duplo de sua turnê brazuca. Como entender esse paradoxo?

"Um exemplo simples: antes da internet, na cadeia produtiva de bens culturais como filmes, músicas (CDs), textos (livros), havia a necessidade de um intermediário entre o criador e o consumidor final: surgiram então a indústria do cinema, a indústria fonográfica, as editoras. E, além do processo de produção material, fabril, havia a distribuição física dos produtos. Com a internet, tudo isso se torna, potencialmente, desnecessário (...) Em outras palavras, a internet acaba com a necessidade da valiosíssima indústria do copyright, isto é, dos direitos autorais. E a indústria, por óbvio, não está gostando do que vê." - Venício A. de Lima, na revista Teoria e Debate


Segundo o analista americano Mark Mulligan, há três tipos de pessoas que consomem música: as que optam por meios ilegais, as que compram CDs e as que, apesar de piratear arquivos de música, também adquirem o produto legal. E os 307 sites fechados pelo FBI não vão mudar isso: de acordo com dados da consultoria DeepField Networks, cerca de 30% a 40% do total de arquivos baixados vinha do Megaupload. Com o fim do serviço, este número foi rapidamente dividido entre diversos outros sites semelhantes, que ajudaram a manter o nível de downloads estável (fonte TechMundo). Certo. Vamos para o outro lado da moeda.

Gravadoras e estúdios de Cinema, novos autores e artistas estão sendo prejudicados. Um dos motivos é falta de conhecimento de como usar a ferramenta chamada Internet como um veículo positivo para comercialização e divulgação do próprio talento. Basta ver as bandas reveladas na Internet para entender como isso é possível. A criatividade continua sendo o melhor comodite para os momento de crise.

O que pesa mesmo é a "retomada do direito" porque ninguém, inclusive você, gostaria de ter o seu negócio ou carreira prejudicado. Mas não é possível negar que a pirataria ajuda na divulgação de artistas que não são comercializados fora de seus países, seja por causa dos impostos ou por não serem conhecidos o suficiente. Por outro lado, reduzir a margem de 300% de lucro está fora de questão para as grandes companhias. Então...como fica?

Não fica. Já está. O cenário é este: Mais de dois milhões de europeus enviaram uma petição ao Parlamento Europeu, rejeitando o recente ACTA (Acordo Comercial Anti-Falsificação) que o grupo hacker Anonymous chama de "Versão Europeia do Grande Irmão". O Google contou ao New York Times que cinco milhões de pessoas protestaram com o SOPA e o PIPA por e-mail direto. 

No meio do caos, eis que surge o site agregador de notícias Reddit, encabeçando uma nova proposta chamada Free Internet Act (FIA) que tem como missão:
 
"(...) promover a prosperidade, criatividade, empreendedorismo e inovação” online, prevenindo a censura e permitindo aos usuários navegarem livremente sem infringirem a lei acidentalmente(...) Governos não podem impor nem administrar nenhum tipo de censura na internet”, a não ser que o caso seja relacionado à pedofilia ou fraude bancária " (fonte Estadão)

O manifesto está disponível para edição on-line (em inglês) no Google Docs por qualquer internauta que desejar "pegar uma fila" para expressar sua liberdade. Resta esperar a poeira baixar pra saber se "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena". Até mais.









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