Dissertativas - Erros e acertos

segunda-feira, outubro 11, 2010 Marcos Henrique de Oliveira 8 Comments

É difícil pensar que uma decisão tomada pode mudar completamente o rumo da sua vida e que, sem dúvida, pode também fazer diferença para os que o rodeiam. Pior ainda é na maioria das vezes, ter de tomar essa decisão tão cedo. É claro que as coisas não são tão radicais, ao ponto de não se poder voltar atrás, mas sempre fica aquele sentimento de tempo perdido. O que deixo claro, não ser verdade, toda experiência é valida, e tudo serve de lição em algum momento.

A maioria das pessoas “mudou de profissão” várias vezes com o passar dos anos. Por exemplo: uma vez eu vi um circo na televisão, quis então ser malabarista e quando tinha 5 anos ser médica pra cuidar de crianças como eu (e não me lembro se isso por acaso não veio de algum pediatra muito bonito que me consultou). Eu dançava quando pequena, e numa época acreditava poder viver disso, mas logo vi que no meu caso não poderia. Continuei por muito tempo com a ideia de criança de cuidar de doentes, até que ouvi falar no que era a tal biologia, desisti. Pra falar a verdade, não consigo nem ver sangue sem ficar amarela e tonta.

Aí entrei na adolescência, e nessa idade é comum um perfil meio revolucionário. Eu tinha um professor que fazia certas injustiças na sala, e claro que como uma boa metida, era eu quem tentava resolver. “Pronto, serei advogada”, pensei. E é claro que toda mãe quer ter um filho “doutor”. A minha adorou.

A história não seria normal se terminasse aí; quando entrei no ensino médio, uma professora de português me influenciou a escrever, foi também nessa época que descobri a literatura. Como um dos meus irmãos sempre foi o nerd da família, e eu estava seguindo seus passos, todos ficaram orgulhosos, e isso ajudou. Descobri a poesia, escrevia contos.

Não sei onde tirei que faria Publicidade. Segui com esse pensamento mas no último ano entrei no cursinho e a idéia de escrever me fez mudar para Jornalismo. Meus amigos diziam que não me viam fazendo outra coisa, minha mãe falava que adorava a Fátima Bernardes, meus irmãos que eu deveria fazer engenharia, ou algo que desse dinheiro, porque no futuro os jornalistas seriam extintos, e as máquinas fariam textos sozinhos. Ok. Mas não foi assim que conseguiram tirar isso da cabeça de alguém que só estava pensando em fazer o que gostasse.

Fazia cursinho pré-vestibular aos sábados e domingos, chegava cedinho, e ia embora à noite, eu estudava nos finais de semana e descansava nos dias úteis, não tinha pique nenhum pra colégio, um erro. Não posso negar que lá foi um dos melhores anos, mas não é essa a parte da história que interessa.

Chegou o vestibular, todos se descabelando, a responsabilidade é muito grande, mas eu acho que maior que ela, é a vontade de sentir-se capaz. A nota necessária para segunda fase era alta, e a insegurança também.

Chegou o dia da prova. Quando a gente veste a camiseta do cursinho é como se fosse colocada uma armadura – é claro que isso é só o que parece.

Quando a prova acaba nunca dá pra saber se fomos bem ou não e o pior é encontrar os amigos lá fora comparando as respostas. O melhor a fazer é encontrar outra ocupação: ir pra casa dormir.

Mas a pior tortura mesmo é esperar o resultado que,  no meu caso, foi negativo. E essa não é a pior parte: foi por uma só questão; uma questão que errei na hora de passar as respostas pro gabarito, depois da fiscal dizer que faltava 15 minutos para o término da prova. Puro Nervosismo. É por isso que se eu puder deixar uma lição quanto ao vestibular é esta: aprenda a lidar com seu psicológico. Entenda que as coisas são como têm que ser, e que às vezes é preciso que tudo dê errado, pra que aconteça o melhor.


Levar um não talvez seja uma das coisas mais difíceis da vida, mas não se preocupe, isso acontecerá tantas vezes, que a gente se acostuma. O não do vestibular implica milhares de outros e a maioria tem você como remetente e destinatário.  
  
Depois de estar sem perspectiva, tentei entrar na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).  Faltou pouco, mas também não consegui. Até que foram abertas as inscrições para o PROUNI (Programa Universidade para Todos) que pra quem não sabe, é um programa do governo federal que dá bolsas de estudo de 50% ou 100% para alunos que atinjam uma boa nota no Enem, e tenham renda familiar dentro de um limite estabelecido. 

Na hora de fazer minha inscrição, comecei a repensar minha escolha profissional. Lembrei que se houvesse feito vestibular pra publicidade teria passado, e comecei a pesquisar: li blogs, conversei com amigos, e mudei, sem olhar para trás, para publicidade. Meus irmãos apoiaram dizendo que ganharia mais dinheiro (mas ainda tenho algumas dúvidas quanto a isso).

Mas se este for o final, foi feliz. Hoje estou na faculdade, com bolsa estudantil e tudo que preciso. Tive muitas surpresas com o curso, mas foi pra melhor.

Por isso, nunca pense que tudo está perdido.Lute para  alcançar todas as oportunidades que a vida te dá. Na verdade, não é ela que dá, você quem faz.

8 comentários:

XIII disse...

hehehe ehh escolher oq fazer de vestiba eh complicado... masss pra quem eh jovem fikdik neh:
se nao gostar do curso mude sem medo, pois vc tem o tempo ao seu lado...

Bju Thany =*

Unknown disse...

ainda nao axei a minha profissão ;D

helena. disse...

É assim mesmo!
Eu quis ser desenhista, depois cantora (queria cantar no programa da Eliana, mano), depois atriz, depois cineasta e fui parar na publicidade, também.
Ainda não me arrependi!
:)

Bruno Correa disse...

As vezes o que pensamos ser certo hoje, amanhã pode se mostrar errado, e vice-versa. Talvez o maior erro que podemos cometer é não tentar, afinal de contas como saberemos se é certo ou não sem experimentar e tentar?
Já trabalhei em vários lugares, desde farmácias como office-boy, até suporte a engenharia e operações, e como hoje faço o curso de Gestão da Informação, quero algo da área. Mas enquanto não encontro, vou de auxiliar de qualquer coisa.

:] disse...

Quando eu tinha uns 5 anos queria ser terrorista. Com 7 eu queria ser médica na área militar só para ir à guerra (a cabeça da pessoa!). A partir da 5ª série decidi que queria fazer matemática. Na oitava, medicina. No ensino médio letras. Chegou a hora de escolher de verdade o que eu queria fazer no vestibular, acabei fazendo física.
No primeiro ano de física fiquei em dúvida se era, de fato, o curso que eu queria e fiz vestibular paar medicina. Não passei. Me deu vontade de mudar de curso novamente, mas decidi que enquanto eu não souber o que fazer vou fazendo física.

:]

Unknown disse...

Já quis ser professora, geóloga, arquiteta, advogada e hoje, faço economia. Não sei bem ao certo se foi a melhor escolha , mas o curso tem tudo o que eu gosto: história, política e um pouco de cálculo. Só de pensar na bolsa de valores meus olhinhos brilham. *-*

No inicio minha escolha teve bastante repercussão na familia - pois meu pai queria que eu fizesse direito. Atualmente, todos se orgulham por ter uma filha universitária e brincam comigo toda vez que a Miria Leitão aparece no Jornal da Globo e tem um bloco inteiro dedicado à economia.

Estou feliz quanto a milha escolha, mas não hesitaria em mudar, caso achasse necessário.

Eu já quis ser tanta coisa...

Optei por "2" delas e ainda não me sinto completamente satisfeito. Meu primeiro vestibular foi para Direito, Design Gráfico e Publicidade. Passei em Publicidade e depois tentei e passei em Administração. Sou mais obra do acaso do que de planejamento, por assim se dizer.

Amo publicidade e administração com todas as minhas forças. Não me vejo sem ambos os cursos e não imagino como eu seria fazendo outra coisa. Mas, sempre que olho para os vestibulandos de hoje e penso nas possibilidades que eles têm, anoto mentalmente "cursos que vou fazer quando ficar mais velho".

Letras, História, Filosofia, Jornalismo...

Seria ótimo ter tempo hábil e ser tudo. Saber de tudo. Mas infelizmente a sociedade prefere especialistas a generalistas. Pessoas que sabem muito de pouco do que pouco de muito.

E aqui fica a dica: não tenha pressa. A pressão sobre o futuro a escoher é tamanha que muitas vezes vamos pelo que nosso pais desejam, esperam. Um ano a mais pode mudar qualquer decisão.

Foi assim comigo, que jamais teria feito Admnistração há uns bons 4 anos atrás.

Enfim! Vim comentar e acabei escrevendo um microensaio! Hehe

Beijo =)

E eu hein..
Desde um passado que não lembro quando foi - e nem porque - quis fazer Direito. Direito, Direito Direito. Todo mundo apoiou, claro, e incentivou. Mas eu não passava na federal, era muito difícil. Decidi escolher outro curso pra entrar e depois mudar. Olhei a lista de cursos bilhões de vezes. E só saia um nome: jornalismo. Olhei pensei, pesquisei e apaixonei. Quando explicava minha situação às pessoas elas terminavam dizendo que tinha mais cara de jornalista do que de advogada. Mas moro em estado sem notoriedade, me diziam que vou morrer de fome.
Beleza. Uma semana antes da inscrição mudei pra Administração. Não me perguntem o porque, que não me lembro.
Hoje, posso dizer que a única certeza que tenho é que escolhi o curso errado. Quase tortura assistir às aulas de Administração. Não "me encontrei" no curso. E sonho todos os dias, de como minha vida estaria se eu tivesse assinalado o quadradinho de jornalismo.
Hoje, curso Direito numa universidade particular. Adoro Direito mesmo. Mas, acho qe pelo fato de não ter tido experiências, sou louca por Jornalismo, Publicidade, Design e afins.
É como disseram aí em cima. Colocar na listinha de próximos cursos. E que o destino me dê tempo e mais tempo para realizar todos os meus desejos.