Queridos Loucos Varridos
Parabéns, hoje é o seu primeiro dia na faculdade de Publicidade e Propaganda! Jogaram tinta em você e cortaram seu cabelo.Ficou a coisinha mais linda, uma bela – e fajuta – imitação de integrante do Blue Man Group, exceto pela farinha, a cola e todas as outras cores (eu disse que era fajuta); algumas daquelas pessoas coloridas – que, nesse caso, podem ou não pertencer à família Restart – serão suas companheiras nas melhores lembranças que a vida pode oferecer. Várias delas não passarão de eternas desconhecidas e, é claro, uma ou outra será um assombroso pesadelo.
O que é certo, é que você está no mesmo lugar que elas por um motivo: alguma coisa vocês têm em comum, sabe-se lá o quê!
Passa o tempo. Você descobre o que lhe trouxe ali. Descobre o que trouxe cada um ali. Põe em prática o que aprendeu nos episódios de Chapolin que acompanhou na infância, grita “sigam-me os bons” e entra de corpo e alma no mundo de descobertas que é a vida acadêmica.
E que mundo! Na faculdade você aprende que a propaganda vai além daquele comercial de televisão que passa no intervalo do jogo. Descobre que ela envolve um grande número de cabeças pensantes e que, muitas vezes, elas desenvolvem ideias na mesa de um bar. Descobre também que nem tudo é festa e que as madrugadas não foram feitas apenas para sair ou descansar, mas para criar, pesquisar e correr para terminar o trabalho que não deu tempo de fazer durante o dia, por conta do estágio (que não foi fácil de conseguir).
É, universitário, tem hora que cansa. De repente, dá vontade de jogar tudo para o alto, ir para a praia de carona, virar hippie, vender brincos de arame na beira do mar, ter uma vida sossegada, de paz, não é mesmo? Mas o desejo de fuga de todo “quase-publicitário” tem uma durabilidade tão rápida quanto sua chegada, por um simples motivo: a publicidade deixa todo mundo louco. Louco de amores, louco de raiva, louco das ideias ou tudo isso ao mesmo tempo – o que é mais comum. E, uma vez em contato com a loucura, é difícil conseguir separar-se dela. Ela passa a trazer mais paz do que o próprio sossego.
Sim, você já foi infectado pelo vírus alucinógeno da publicidade e nem imaginava. Ou, imaginava, afinal, imaginação é o que não deve faltar nos seus miolos. E, aproveitando isso, posso pedir um favor? Compartilhe comigo sua insanidade também, porque nenhum doido vive sem histórias para abastecerem o cérebro. Pode ser? Levarei como um sim, já que não ouvi nenhuma resposta e acredito que “quem cala, consente”.
Ficarei no aguardo de seu comentário, cheia de expectativas. Não me decepcione!
Helena Perdiz, 20 anos, jundiaiense e universitária de Publicidade e Propaganda em Campinas-SP. Apaixonada por textos, desde que se conhece por gente. Gosta de prosa, poesia e tudo o que tem letras, até verso de caixa de cereais. Tem um blog só para compartilhar suas loucuras http://www.eelafezumblog.blogspot.com. Twitter:@eelatemtuiter
5 comentários:
Chorei! :')
que caluniaaaaa!!! "desenvolvem ideias na mesa de um bar" NUNCA! bar?? nem frequentamos!!
Mto bom o texto amiga!é bem isso mesmo!! Parabéns
só faltou fala dos anões.. hahahahahahaha
Eu fico feliz de saber que deixei uma enorme marca de tinta azul na parede da faculdade (prédio H01) no dia do trote e que ela permanecerá eternamente (ou até pintarem) lá! =]
Costumava desenhar nas paredes da escola na época do colegial, acho que de desenho para tinta evolui =]
Querida louca varrida, conte mais vezes suas histórias pra GENTE ;)
Ninguém se separa da loucura. Todo mundo nasce um pouco louco e cada um aflora a sua do jeito que decidir.
Em partes, fazer parte da publicidade é assumir louco e não querer ser da massa "normal" que é tão sem graça \o
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