Queridos Loucos Varridos

quarta-feira, setembro 29, 2010 Marcos Henrique de Oliveira 5 Comments

Parabéns, hoje é o seu primeiro dia na faculdade de Publicidade e Propaganda! Jogaram tinta em você e cortaram seu cabelo.Ficou a coisinha mais linda, uma bela – e fajuta – imitação de integrante do Blue Man Group, exceto pela farinha, a cola e todas as outras cores (eu disse que era fajuta); algumas daquelas pessoas coloridas – que, nesse caso, podem ou não pertencer à família Restart – serão suas companheiras nas melhores lembranças que a vida pode oferecer. Várias delas não passarão de eternas desconhecidas e, é claro, uma ou outra será um assombroso pesadelo. 

O que é certo, é que você está no mesmo lugar que elas por um motivo: alguma coisa vocês têm em comum, sabe-se lá o quê!

Passa o tempo. Você descobre o que lhe trouxe ali. Descobre o que trouxe cada um ali. Põe em prática o que aprendeu nos episódios de Chapolin que acompanhou na infância, grita “sigam-me os bons” e entra de corpo e alma no mundo de descobertas que é a vida acadêmica.

E que mundo! Na faculdade você aprende que a propaganda vai além daquele comercial de televisão que passa no intervalo do jogo. Descobre que ela envolve um grande número de cabeças pensantes e que, muitas vezes, elas desenvolvem ideias na mesa de um bar. Descobre também que nem tudo é festa e que as madrugadas não foram feitas apenas para sair ou descansar, mas para criar, pesquisar e correr para terminar o trabalho que não deu tempo de fazer durante o dia, por conta do estágio (que não foi fácil de conseguir).

É, universitário, tem hora que cansa. De repente, dá vontade de jogar tudo para o alto, ir para a praia de carona, virar hippie, vender brincos de arame na beira do mar, ter uma vida sossegada, de paz, não é mesmo? Mas o desejo de fuga de todo “quase-publicitário” tem uma durabilidade tão rápida quanto sua chegada, por um simples motivo: a publicidade deixa todo mundo louco. Louco de amores, louco de raiva, louco das ideias ou tudo isso ao mesmo tempo – o que é mais comum. E, uma vez em contato com a loucura, é difícil conseguir separar-se dela. Ela passa a trazer mais paz do que o próprio sossego.

Sim, você já foi infectado pelo vírus alucinógeno da publicidade e nem imaginava. Ou, imaginava, afinal, imaginação é o que não deve faltar nos seus miolos. E, aproveitando isso, posso pedir um favor? Compartilhe comigo sua insanidade também, porque nenhum doido vive sem histórias para abastecerem o cérebro. Pode ser? Levarei como um sim, já que não ouvi nenhuma resposta e acredito que “quem cala, consente”. 

Ficarei no aguardo de seu comentário, cheia de expectativas. Não me decepcione!

Helena Perdiz, 20 anos, jundiaiense e universitária de Publicidade e Propaganda em Campinas-SP. Apaixonada por textos, desde que se conhece por gente. Gosta de prosa, poesia e tudo o que tem letras, até verso de caixa de cereais. Tem um blog só para compartilhar suas loucuras http://www.eelafezumblog.blogspot.com. Twitter:@eelatemtuiter


5 comentários:

li disse...

Chorei! :')

Andi disse...

que caluniaaaaa!!! "desenvolvem ideias na mesa de um bar" NUNCA! bar?? nem frequentamos!!
Mto bom o texto amiga!é bem isso mesmo!! Parabéns
só faltou fala dos anões.. hahahahahahaha

Rod_Rey disse...

Eu fico feliz de saber que deixei uma enorme marca de tinta azul na parede da faculdade (prédio H01) no dia do trote e que ela permanecerá eternamente (ou até pintarem) lá! =]
Costumava desenhar nas paredes da escola na época do colegial, acho que de desenho para tinta evolui =]

Thany disse...

Querida louca varrida, conte mais vezes suas histórias pra GENTE ;)

Parker disse...

Ninguém se separa da loucura. Todo mundo nasce um pouco louco e cada um aflora a sua do jeito que decidir.
Em partes, fazer parte da publicidade é assumir louco e não querer ser da massa "normal" que é tão sem graça \o