Os Vagabundos Iluminados de Jack Kerouac
Vagabundo é uma palavra muito forte para ser dita para alguém ao acaso ou numa situação pouco adequada. Mas é só para esclarecer que um vagabundo não é necessariamente um vagabundo.
Em sua obra “Os Vagabundos Iluminados”, Jack Kerouac narra um episódio da vida de Ray Smith, um jovem escritor – e que talvez carregue em sua personalidade um pouco do próprio Kerouac – e seu encontro com Japhy Rider, zen-budista, anarquista e poeta fascinado pela vida e pelo que ela oferece.
Nestes encontros, Japhy apresenta a Ray uma nova perspectiva da vida, diferente do sonho americano, de se formar, conseguir um bom emprego e ter uma vida regada ao dinheiro, ideal este que surgiu com os imigrantes nas Américas e ganhou este formato ao longo dos anos.
Nesta nova vida que Japhy propõe a Ray, eles vivem de forma simples, com o pouco dinheiro que ganham de bicos ou de leituras de poesia em livrarias, o vinho, as poesias, o budismo e uma fantástica aventura de viajantes que caminham, escalam montanhas, ou vivem de caronas de outros americanos fascinados pela mesma história.
A leitura de Os Vagabundos Iluminados convida o leitor a fazer parte desta nova perspectiva, não
vivenciando o mesmo que Kerouac vivenciou, mas de abraçar a vida e amá-la nas condições em que temos mantendo em equilíbrio mente e corpo, desapegando-se de todo e qualquer bem material em que somos presos pelo nosso próprio desejo.
A cada página a vida é traduzida de uma nova forma, e seus ensinamentos não são pessoais, sendo que cada discurso acompanha uma nota de rodapé de outros autores ou mentes famosas que nos ensinam que a vida é muito mais e que não sabemos aproveitar.
A obra compõe o elenco das grandes e formidáveis obras de Jack Kerouac, o porta-voz da geração beatnik, que influenciou muitos escritores, atores, e músicos, entre eles os Beatles e, logo adiante, o Bad Religion, em movimentos diferentes, mas que fundados na mesma literatura inteligente de quem realmente amou sua vida mais que tudo.
Convido você a ler todas as páginas desta linda obra e me contar depois qual é sua nova perspectiva da vida, combinado?
2 comentários:
Quando li esse livro, fiquei morrendo de vontade de meditar no alto de uma montanha!
Ainda quero fazer isso.
" Mas é só para esclarecer que um vagabundo não é necessariamente um vagabundo. "
Muito bom Guilherme! Fiquei curiosa pra ler..
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